A coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está criticando a demora de assentamentos realizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Dez meses após se firmar um acordo de trégua nos conflitos do campo, o governo federal teria assentado apenas 650 famílias de uma previsão de mais de 2 mil.
Nesta quinta-feira, representantes regionais do MST, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, estavam reunidos em Curitiba discutindo este assunto.
Segundo Rogério Mauro, um dos coordenadores do MST, nas regiões do Noroeste e Oeste do Estado os acampados estão nervosos. "A situação está se tensa e delicada em diversas regiões do Estado", disse Mauro. Ele explicou que a demora na liberação de terra e a aproximação da data de plantio estão estimulando os acampados a querer retomar as ocupações.
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O ouvidor agrário, Gercino José da Silva Filho, admitiu que houve alguma demora. Mas ele ressaltou que o processo vem agilizando o assentamento. Pelo cronograma já estão em fase final de regularização 12 áreas destinadas para 1,2 mil famílias.
Além dos problemas de assentamento, os sem-terra se queixam de perseguição política nos municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu. Eles reclamam que nestas regiões não estão conseguindo sequer obter documentos de identidades ou certidões de casamento.
Outro problema seria também os pedidos de prisão preventiva de 35 líderes do movimento. "Serão realizadas audiências públicas nestas duas cidades para resolver os problemas dos sem-terras", disse Gercino da Silva Filho, afirmando que serão convocados representantes dos municípios, do Ministério Público e da Justiça. Por enquanto, ainda não foi marcada a data dessas reuniões.