A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo vai designar, nos próximos dias, o delegado encarregado de presidir o inquérito policial que vai apurar as denúncias de subfaturamento nas exportações de soja, praticadas por cooperativas agrícolas sendo que três delas são do Paraná, a Valcoop de Londrina, a Corol de Rolândia e a Copramil de Cambará.
De acordo com o procurador Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, do Ministério Público Federal em São Paulo, a Polícia Federal daquele estado deverá acionar a Polícia Federal do Paraná, porque há pessoas físicas e jurídicas do Estado que devem ser ouvidas para esclarecer o caso. Gonçalves informou que vai acompanhar o andamento do inquérito na PF e com base nisto antecipou que no prazo de 90 a 120 dias a polícia deverá apresentar os resultados das investigações.
O procurador paulista foi mais além. Segundo ele, as investigações sobre subfaturamento nas exportações de soja não ficarão restritas ao caso denunciado pela Eximcoop, trading criada por cinco cooperativas para representá-las nas operações de exportação de soja. Gonçalves informou que pretende estender a investigação sobre subfaturamento nas exportações de soja a todas as operações que apontem para este caminho. "Desde que as pessos jurídicas ou físicas ouvidas apontem para outras operações que não sejam com a trading que será investigada, elas serão rastreadas também", garantiu.
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Representantes do mercado de soja não acreditam na existência de subfaturamento nas exportações de soja, conforme foi denunciado pelo grupo japonês Itochu Corporation, sócio majoritário da trading Eximcoop. Eles afirmam que todas as operações de exportação e intenções de venda de soja ao exterior têm que ser registradas no Siscomex, órgão da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O sistema, contendo todos os preços pagos é atualizado diariamente com o mercado e certamente alguma distorção de preço para cima ou para baixo em relação aos praticados por outras empresas, seria flagrado pelo órgão.
Trata-se de um controle rígido exercido por todo País que controla o câmbio, disse um dos representantes. Para o procurador da República, esse é o controle formal que se conhece sobre as operações. "Mas esse controle não impede a existência de irregularidades que podem ter sido praticadas no exterior, mesmo com o uso do expediente de registrar as operações", disse Gonçalves.
O grupo japonês Itochu afirma que a antiga gestora da Eximcoop, exercida pela Cooperativa dos Agricultores de Orlândia (Carol) e as sócias minoritárias como as três cooperativas paranaenses e a cooperativa Copasul, de Naviraí (MS), criaram uma subsidiária, a Graincoop, em Aruba, no Caribe. Essa subsidiária ficaria encarregada das operações de subfaturamento e lavagem de dinheiro, segundo a denúncia.