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Plano de safra define tendências de plantio

Redação - Folha do Paraná
04 jul 2001 às 20:27

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Após o anúncio do plano safra 2001/2002, o produtor já começa a definir o que vai plantar na safra de verão. No Paraná, deverá aumentar o plantio de soja e feijão. Milho e algodão deverão ter áreas reduzidas em relação ao plantio da safra passada. Os produtores estão comemorando a ampliação do limite de investimentos para as culturas. "Essas medidas repõem o que a valorização do dólar tirou", avaliou o analista econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Jorge Proença.

Por outro lado, os produtores do Paraná ainda estão aguardando a manifestação do governo em relação às regras de comercialização, principalmente no que se refere a contratos de opção para o milho. Segundo Proença, o produtor quer uma garantia para plantar o milho e isso só vai acontecer se o governo adotar regras claras para o período da comercialização, "o que não aconteceu", destacou.

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Para a engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Vera Zardo, se o dinheiro prometido pelo governo estiver disponível no momento certo, o produtor vai investir ainda mais em tecnologia. Na avaliação da técnica, isso não significa que a safra do ano que vem será maior, porque a tendência é de recuo no plantio de milho, cujo rendimento em grãos é muito maior em comparação com outras culturas.

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O produtor de milho, que colheu em média 5 mil quilos por hectare na safra passada, poderá não repetir este desempenho caso o governo não acene com algum tipo de estímulo para a comercialização. Segundo Vera, o produtor que vendeu o milho por R$ 7,00 a saca no período da colheita este ano, ficou frustrado com esta cotação e não está disposto a investir novamente na cultura.

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Já em relação à soja, o comportamento é outro. Além do limite maior de financiamento concedido no plano de safra, o preço da soja está favorecido pelo câmbio. No Paraná, tradicionalmente a área de plantio da soja é quase o dobro do plantio de milho, durante a safra de verão. E este ano essa diferença poderá ficar maior ainda.


A previsão para o plantio de algodão no Paraná não é das mais animadoras. Segundo Proença, da Faep, a ampliação do limite de investimentos para R$ 400 mil por hectare deverá estimular o plantio na região Centro-Oeste do País e não no Paraná, onde as áreas de plantio da cultura são pequenas. O problema maior, na avaliação de Vera Zardo, é que o governo não reajustou o preço mínimo para a cultura como os agricultores reivindicaram.

A proposta era reajustar o preço mínimo para R$ 9,20 a arroba do algodão em caroço, mas o governo aumentou o preço mínimo de R$ 8,00 para R$ 8,48 a arroba, valor inferior ao custo de produção, avaliado em R$ 8,70 a arroba, calculou o Deral.


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