A governo do Rio Grande do Sul proibiu a entrada no Estado de ovinos e caprinos oriundos do Paraná. Para o secretário da Agricultura José Hermeto Hoffmann, que assinou a portaria, a medida estará em vigor até que o Ministério da Agricultura esclareça as linhagens com predisposição genética a desenvolver a doença paraplexia enzoótica, que atacou três ovinos no Paraná. O estado de Santa Catarina acha que a proibição do trânsito de ovinos não é necessária por se tratar de um caso isolado ocorrido no Estado.
Segundo Hoffman, o Rio Grande do Sul pretende manter essa medida no período mais curto possível. A suspensão da portaria depende de medidas salvaguardas que o Ministério da Agricultura deve adotar. Ou seja, ele quer a garantia do Departamento Federal de Defesa Sanitária Animal, que o rebanho de ovinos daquele Estado, que é o maior do País, não será contaminado com a doença que foi encontrada em animais no Paraná.
Hoffman criticou a lentidão do Ministério em informar os demais Estados sobre a confirmação da doença e as condições de rastreamento que está sendo feita após o abate dos animais. Segundo ele, o Rio Grande do Sul também foi vítima dessa lentidão por ocasião do foco de febre aftosa ocorrido no rebanho bovino no município de Jóia (RS). "Naquele período, entre a comunicação da doença pelas autoridades da Secretaria da Agricultura e a confirmação da doença ocorreram 16 dias."
Leia mais:
IDR Paraná e parceiros realizam Show Rural Agroecológico de Inverno
Quebra de safra obriga Santo Antônio da Platina a cancelar Festa do Milho
Paraná: queda no preço de painel solar estimula energia renovável no campo
AgroBIT Brasil 2022 traz amanhã soluções tecnológicas para o agronegócio
Hoffmann pediu ao Ministério da Agricultura as fichas de importação de animais dos últimos cinco anos. O objetivo é oferecer a parceria do Rio Grande do Sul no trabalho de rastreamento que está sendo feito. Ele quer identificar se algum descendente da linhagem importada que apresentou problema possa ter sido comercializado para o seu Estado.
O secretário destacou que não está seguro em relação às informações sobre as condições de importação ocorridas em 1989. "Nós queremos saber quem fez as importações na época, qual a tradição da pessoa jurídica ou física que fez as importações e negociou os animais", disse.
O médico veterinário, Osvaldo Rubin, responsável pelo Serviço de Vigilância e Defesa Agropecuária de Santa Catarina, disse que não é preciso proibir o trânsito de ovinos, embora nas fronteiras os técnicos estejam em alerta. Para Rubin, o procedimento adotado pelas autoridades do governo do Paraná foram acertadas e o foco foi isolado e não representa uma epidemia. Ele destacou que não se pode sacrificar um rebanho inteiro por causa de um foco isolado, que na sua opinião já foi debelado.
Leia mais em reportagem de Vânia Casado, na Folha do Paraná deste sábado