A breve história do IM-1, um boi charolês nascido em dezembro de 2000 e abatido no último dia 24 de janeiro, é um exemplo de como é construído, passo a passo, o sistema de rastreabilidade da Aliança Mercadológica de Guarapuava. As informações são da Agência Estadual de Notícias.
O animal nasceu na fazenda Galo Vermelho, do agropecuarista Ildefonso Marques – daí as iniciais registradas no brinco de identificação – e lá viveu até completar 6 meses. Com essa idade e pesando 208 quilos, IM-1 foi vendido para a chácara Bela Vista, de Edio Sander, no dia 2 de maio passado. Lá ele foi engordado durante 7 meses e, no final do dia 23 de janeiro, quando pesava 534 quilos, foi enviado para o Frigokeller com outros 12 animais. Eram 10 bois e 3 novilhas.
O destino do grupo já era conhecido por Sander há 6 meses, época em que a administração da Aliança Mercadológica distribuiu entre os terminadores o cronograma de abates. Essa escala é necessária para que seja honrado o compromisso de haver animais em número suficiente para entrega semanal, conforme documento registrado em cartório.
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O abate aconteceu na manhã seguinte à chegada dos animais, obedecendo à seqüência descrita na planilha enviada pelo terminador. IM-1 foi o último a "cair", como dizem os funcionários do frigorífico, referindo-se ao momento em que o animal é insensibilizado pelo disparo de uma pistola automática, que o atinge entre os olhos.
A carcaça de IM-1 pesou 305 quilos e o rendimento ficou em 57,1% - resultado considerado excelente. O teor de gordura, por sua vez, atingiu 4 milímetros com distribuição uniforme. A gordura é importante para a conservação da carne durante o resfriamento, pois atua como isolante térmico e evita a desidratação. Por causa dessa característica, a carcaça inteira do animal foi enviada, no dia seguinte, para o Mercado JM, de Pinhão.
O destino das carcaças é definido depois do abate, quando também se mede a quantidade de gordura. Há estabelecimentos que, atendendo à preferência dos clientes, pedem carne com mais ou menos gordura. Carcaças com teores de gordura acima de 10 milímetros fazem com que o produtor perca o direito à bonificação – um adicional variável sobre a cotação diária da arroba do boi e fixada de acordo com o preço de mercado e o custo de produção para cada um dos 12 meses do ano.
Como o preço da arroba do boi é de R$ 44,00 e a bonificação prevista para o período 5,5%, Edio Sander recebeu pelo IM-1 R$ 943,87 – quase R$ 50,00 a mais do que teria direito se o vendesse fora da Aliança Mercadológica.