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Soja transgência será liberada para plantio

Redação - Folha do Paraná
28 jul 2001 às 16:40

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A polêmica sobre o cultivo da soja transgênica poderá chegar ao fim. Está praticamente acertada a liberação do plantio comercial em todo o País, com aval do Ministério da Agricultura que deverá publicar nos próximos dias uma portaria confirmando a decisão já tomada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio).

O Ministério também estuda a liberação de outros grãos transgênicos. Por enquanto, a portaria só beneficiará a soja Roundup-Ready, da Monsanto. Até agora as únicas áreas autorizadas (ao todo nove) para plantio de plantas transgênicas (soja, milho e algodão) no Brasil eram experimentais, localizadas no Paraná (em Londrina, na Embrapa-Soja, em Ponta Grossa, na Monsanto, Toledo, Palotina e Cascavel pela Coodetec).

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A soja transgênica desenvolvida nos Estados Unidos pela Monsanto tem como principal característica ser resistente aos herbicidas a base de glifosato. O gene resistente foi introduzido na planta e manifesta-se nas folhas que resistem às aplicações do herbicida.

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A restrição brasileira ao plantio devia-se a dúvidas sobre segurança ambiental e com relação ao consumo humano de animais. Mas a principal preocupação dos produtores é com a questão de mercado. A posição dos principais importadores brasileiros é contrária a soja transgênica. E aí fica uma pergunta no ar: os produtores vão correr o risco de ter seu produto rejeitado, como vem acontecendo com a soja americana ?


Os países europeus, que compram 70% de soja brasileira têm manifestado sérias restrições aos produtos transgênicos, e várias comitivas já estiveram no Brasil alertando que não vão comprar a soja brasileira se ela for geneticamente modificada. O Japão também é outro país que não demonstra interesse em comprar a soja modificada. A preocupação é maior porque depois do grão colhido, não é possível diferenciar se ele vem de uma planta transgênica ou não.

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A alegação dos países europeus é que as pesquisas com relação aos efeitos da soja na sáude humana não são conclusivas. Ambientalistas arriscam dizer que só o tempo poderá mostrar as consequências desta tecnologia na vida humana e no meio ambiente. De maneira geral pesquisadores, ambientalistas, produtores e até consumidores não estão bem esclarecidos sobre os efeitos destes alimentos tanto na saúde como no meio ambiente.


Segundo pesquisadores da Embrapa, que realizam estudos com a soja transgênica desde 1996, esse novo elemento não interfere na formação ou qualidade dos grãos da soja, não oferecendo nenhum risco ao consumo humano ou animal.

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De acordo com os técnicos da CTNBio, o órgão a quem cabe elaborar e zelar pela segurança no uso das biotecnologias no Brasil que deu parecer favóravel a liberação da soja transgência, não foram encontradas evidências de que esta soja tem efeitos prejudiciais ao meio ambiente ou a saúde humana. O Brasil consome hoje, 6,2% dos agroquímicos produzidos mundialmente, o que representa um gasto de 2 bilhões de dólares por ano.


A soja transgênica, objeto de tanta polêmica, não tem nenhuma característica extravagante. É aparentemente uma planta comum, bastante semelhante as variedades cultivadas em todo o País. Nas áreas experimentais agricultores já puderam observar a diferença entre uma soja comum e a transgênica depois da aplicação do herbicida. O desenvolvimento e produtividade da nova variedade são semelhantes as variedades já existentes.

Outras preocupações dos produtores são com relação ao custo de produção e a possilidade de utilizar semente própria no plantio posterior. Com relação ao custo de produção, segundo os pesquisadores, há uma equivalência. A semente, provavelmente será mais cara, mas o herbicida é mais barato. Segundo pesquisadores da Embrapa Soja, a soja transgênica é apenas mais uma opção tecnológica para o produtor, e as cultivares de soja comum vão continuar disponíveis e sendo recomendadas para o plantio.


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