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Vaca louca beneficia exportador de frango

Vânia Casado - Folha do Paraná
19 fev 2001 às 09:19

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As empresas exportadoras de frango do Brasil já estão abastecendo os países europeus, um mercado que tradicionalmente não comprava do Brasil. No ano passado, só a Europa aumentou as compras de frango do País em 54%. As exportações eram direcionadas para a Ásia e Oriente Médio. Agora com a ocorrência da vaca louca, a Europa terá que se render e comprar mais carne de frango na América do Sul, afirma Paulo Muniz, presidente da Avipar (Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná).

Com base nisso, a Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (ABEF) está projetando um crescimento de 10,3% nas exportações de carne de frango este ano, em relação ao ano passado. Com isso, a ABEF espera faturar US$ 1 bilhão. O crescimento nas exportações brasileiras de frango se acentuou no último trimestre, quando o consumo de carne bovina caiu 50% na Europa.

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Segundo Muniz, em 2000 o desempenho das exportações já foi favorável com um crescimento de 22%. De janeiro a dezembro de 2000 foram exportadas 940 mil toneladas, contra 770 mil toneladas no ano anterior. Com isso, o Brasil aumentou a sua participação no mercado internacional de 14% para 17%, destacando-se como segundo maior exportador de frangos do mundo.

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O Paraná é um dos grandes beneficiários deste quadro porque é o maior exportador de frangos do País. Conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná participou com 366 mil toneladas nas exportações realizadas no ano passado, o que corresponde a um aumento de 43,52% sobre as exportações realizadas em 99, quando foram embarcadas 255 mil toneladas. Para atender o crescimento do mercado internacional, a avicultura paranaense cresceu 9,71% no volume de produção, apontou o médico veterinário Ataíde Miranda, do Deral. A produção evoluiu de 1,01 milhão de toneladas produzidas em 99, para 1,10 milhão de toneladas em 2000.

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Muniz diz não ter dúvidas sobre o crescimento desse mercado em 2001. Segundo ele, a Europa tem 350 milhões de pessoas que consomem 16 quilos de carne de frango per capta (um número baixo diante do consumo per capta de 70 quilos, entre carnes bovina, suína e de frango). "Se cada consumidor elevar o consumo de carne de frango em apenas 2 quilos, só isso abriria uma demanda de 700 mil toneladas, mercado que o Brasil tem a preferência", diz o presidente da Avipar. Segundo ele, os europeus sabem que a base da alimentação do frango brasileiro é o milho cultivado de forma tradicional, não transgênico.


Com o aumento das exportações e o ajuste do mercado interno no abastecimento de frango, Muniz prevê uma reação nos preços em menos de um mês. Segundo ele. hoje o país produz 270 milhões de pintinhos por mês e a capacidade instalada é de apenas mais 30 milhões de unidades/mês, totalizando 300 milhões de pintinhos mensalmente. Com sua capacidade de produção esgotada, certamente os preços vão evoluir, aposta o empresário. Muniz calcula que o consumidor brasileiro deverá pagar em torno de US$ 1 dolar o quilo. Atualmente está pagando entre R$ 1,50 e R$ 1,60 o quilo.

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Integração


Para atender esse mercado em expansão, os empresários do setor avícola estão pensando em organizar a produção no médio e longo prazo. Com a crise da falta de milho e elevação no preço do insumo, as indústrias aprenderam que não podem ficar atreladas a um mercado sem planejamento, diz Muniz. No ano passado, o mercado estava favorável aos produtores de milho e desfavorável para as indústrias de abate de aves, que dependem do insumo para fornecer às granjas integradas.

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Este ano, o cenário se inverteu. O preço do milho está despencando para desespero dos produtores e a indústria está pagando o insumo mais barato. "Mas não é isso que queremos. Queremos uma relação estável com nossos fornecedores", defende.


Como alternativa de planejamento, Muniz está iniciando um processo de integração entre a sua empresa, a Comaves, de Londrina, e produtores de milho da região. A cada safra, a empresa vai firmar um contrato com os agricultores para fornecimento de milho. A meta é fixar a compra em 5 mil sacas por dia e evoluir para 10 mil sacas por dia, que é o volume absorvido pela empresa em Londrina que mantém um criatório com 97 mil aves nas granjas integradas.

Conforme a proposta, a empresa se encarrega de fornecer os insumos para o plantio como sementes certificadas, adubos e herbicidas e em troca compra o milho por um valor pré-fixado, tendo como base o limite do preço mínimo do produto no mercado. "Assim evitamos as oscilações no preço do milho do mercado que tantos prejuízos trouxeram no ano passado", explicou.


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