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Vaca louca teria pego doença comendo ovelha

Vânia Casado - Folha do Paraná
18 jan 2001 às 21:01

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Correntes da comunidade científica defendem que a "Paraplexia Enzoótica", doença exótica identificada em ovinos no Paraná, e conhecida como "Scrabe" nos Estados Unidos e Europa, deu origem à doença Encefalopatia Espongiforme dos Bovinos na Europa, conhecida como doença da Vaca Louca. No início do século passado quando os europeus quiseram eliminar a doença em ovinos, através do sacríficio dos animais, optou-se por utilizar os restos das ovelhas para fazer farinha de osso e ração.

Por longo tempo, a ração foi dada como alimentação para bovinos e os microorganismos da doença de origem nos ovinos sofreu uma mutação, que resultou na doença da Vaca Louca, que é transmissível ao homem.

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Com a mutação dos microorganismos, passaram a existir duas doenças distintas, informou o médico veterinário Felisberto Baptista, chefe da Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura. A Paraplexia Enzoótica, em ovinos, é mais antiga e conhecida nos países da Europa e Estados Unidos. Essa doença é transmissível somente de ovinos para ovinos. E a Encelafopatia Espongiforme, dos Bovinos, conhecida como doença da Vaca Louca, que ataca os bovinos e é transmissível ao homem.

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As lesões das duas doenças são semelhantes, porque os microorganismos atacam as células nervosas do cérebro, provocando a destruição dos neurônios. Por outro lado, animais sadios podem ser portadores da doença que fica incubada por um longo tempo até que os microorganismos encontram um terreno fértil para se reproduzirem.

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No Paraná, a doença encontrada nos ovinos pode ter se disseminado pelas fêmeas já contaminadas pelos microorganismos (príons) quando foram importadas dos Estados Unidos, na década de 90, disse Baptista.


No momento do nascimento, na propriedade, outros animais (ovinos) aparentemente saudáveis, mas que apresentam pré-disposição genética para desenvolver a doença comem ou lambem restos do parto, como líquido amniótico e de placenta de um animal infectado. Esses resíduos ingeridos vão direto para o estômago do animal.

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No contato com o animal infectado, o microorganismo vivo denominado príon (unidade de vida inferior a um vírus na escala evolutiva) se aloja na proteína do animal aparentemente sadio, mas que tenha a predisposição para fabricar essa proteína. O microorganismo começa a se reproduzir inicialmente no estômago. Em seguida cai na corrente sanguínea do animal e vai se alojar nas células nervosas principalmente do cérebro.


O período de incubação do microorganismo é longo e demora a se manifestar. Mas depois que começa a se reproduzir, quando encontra a proteína, mata o animal no período de 60 dias.


A doença provoca a destruição dos neurônios e o cérebro do animal adquire um aspecto esponjoso, semelhante ao que ocorre com a doença da vaca louca. Nos ovinos, surgem sintomas como distúrbios de marcha e equilíbrio e apresentam forte coceiras pelo corpo, sendo que os animais chegam a se raspar nos troncos de árvores que encontram pela frente.

Leia mais na edição da Folha do Paraná desta sexta-feira


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