Como tudo na vida, existem estágios mais complexos e outros menos difíceis no desenvolvimento de inovação. Dependendo do momento e das circunstâncias, a incerteza e os riscos são maiores a ponto de por tudo a perder.
A literatura nacional e estrangeira é pródiga em listar e detalhar essas etapas. Eu mesmo já tratei desse assunto aqui nesta coluna mais de uma vez ao falar, por exemplo, que o momento é de abundância de capital para as startup, porém apenas para pequenas empresas de base tecnológica que já estão avançadas no mercado vendendo seus produtos e serviços.
Conversando com o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, ele me falou sobre a preocupação da Fundação em auxiliar o ecossistema de inovação do Paraná como um todo. No entanto, demonstrou especial atenção com o chamado Vale da Morte, isto é, quando existe apenas uma ideia ou quando a empresa ainda tem apenas despesas e nenhuma ou pouquíssima receita.
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Como todas as firmas de sucesso começaram a partir de uma boa ideia e levaram um certo tempo para amadurecer, é um problema mundial a carência de meios que ajudem as pequenas empresas de base tecnológica a passarem por essa etapa. Para quem pensou em capital semente ou investimento anjo, é importante lembrar que ninguém investe em ideias. Estes dois estágios citados são muito úteis para empresas que precisam alavancar seu negócio. Contudo, bem no comecinho da vida de uma startup, existem basicamente dois caminhos: ou o empreendedor usa suas economias ou o Estado dá aquele empurrãozinho que toda empresa já precisou na vida.
O professor Spinosa salientou que estão abertas as inscrições para o Programa Centelha, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Paraná. O Programa irá oferecer capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. Promovido por meio de uma parceria entre diversas entidades de nível estadual e federal, o Centelha já capacitou mais de 2 mil empreendedores e apoiou 29 startups por meio de recursos e outros meios.
Para quem está querendo por em prática uma ideia e transformá-la em inovação, é uma excelente oportunidade. Assim como também é uma ótima chance para empresas criadas há pouco tempo e que ainda estão tentando entrar no mercado. Como o professor Spinosa bem salientou, o ecossistema paranaense de inovação tem uma rede de universidades, sete paranaenses, e instituições de pesquisa que podem contribuir sobejamente em transformar seus projetos de pesquisa, extensão e ensino em inovação. Há uma variedade e uma riqueza de anos de trabalho em condições de gerar novos negócios, inclusive do ponto de vista social.
Inovação é a melhor maneira de empoderar as pessoas porque transforma boas intenções em negócios. Uma centelha que pode iluminar o caminho de muita gente ;)
Programa Centelha
Inscrições: até 27/05/2022
Mais informações e inscrições: https://programacentelha.com.br/pr/
*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.