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Sociedade reclama de possível aumento de pedágio

Emerson Cervi - Folha do Paraná
17 nov 2000 às 17:06

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A possibilidade de reajuste das tarifas de pedágio em dezembro está desagradando os usuários do trecho administrado pela Ecovia (BR-277 entre Curitiba e litoral). Com o início da temporada de verão, o movimento da rodovia aumenta, chegando a triplicar em períodos de pico de descida da Serra do Mar. Muitos veranistas não estão informados sobre o aumento.

Os contratos de concessão do Anel de Integração prevêem o reajuste anual das tarifas de acordo com o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-MO) dos últimos 12 meses. Esse ano o aumento deve ficar próximo a 6%. As alterações dos valores não são lineares. Nos trechos em que estão sendo realizadas obras mais pesadas, como duplicações de pistas, o aumento será maior.

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Durante as férias escolares famílias de Curitiba e região metropolitana aumentam o número de descidas por mês. Para Marilde Schoembakla, o preço atual já está alto. Ela mora em Curitiba e vai a Matinhos com a família todo fim de semana. "Tem buracos e ondulações, acho horrível se houver qualquer tipo de aumento", opina.

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O valor atual do pedágio nesse trecho é de R$ 4,30 para carros de passeio. O empresário Fernando Frugel, 50 anos, tem a mesma opinião. "A estrada melhorou um pouco, não está como deveria, deveriam tomar mais cuidados com as ondulações e buracos na pista", diz. "É verdade que eles oferecem alguns serviços de socorro, mas quem deixa o veículo em ordem não precisa de socorro".

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Para Frugel, os serviços ofertados e o nível de manutenção da estrada não justificam o possível reajuste. "Hoje, para quem vai de Curitiba às praias, é mais caro o pedágio do que a gasolina", lembra. Até 1998 ele morava em Matinhos e trabalhava em Curitiba. Passava todos os dias pela BR-277. "Depois que começou a cobrança de pedágio eu aluguei uma casa em Curitiba porque ficou mais barato do que pagar uma tarifa para subir e outra para descer a serra", completa.


Os transportadores autônomos de cargas são os mais críticos do possível reajuste. Para Antonio Vaz Neto, que transporta madeira de Guarapuava ao porto de Paranaguá uma vez por semana, não haverá condições para suportar um novo reajuste. "Se aumentarem o pedágio vão quebrar as pernas do caminhoneiro, mas isso não vai acontecer sem gritaria".


Segundo Vaz Neto, os transportadores estão preparados para uma nova paralisação com bloqueio das rodovias a partir de janeiro de 2001. "Não vai ser como da outra vez, quando a polícia jogou cachorro em cima de trabalhador e todo mundo ficou quieto", completa.

Em cada viagem que faz de Guarapuava a Paranaguá, percorrendo 700 quilômetros entre ida e volta, ele passa por dez praças de pedágio de três concessionárias diferentes (são cinco praças na ida e cinco na volta).


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