"A escola é uma instituição que não mudou. Há muitos anos continua do mesmo jeito, sendo que temos uma nova configuração da sociedade", observa Daniela Costa, coordenadora da pesquisa TIC Educação.
Por causa dessas mudanças, existe a necessidade latente de se introduzir nas escolas uma nova linguagem de comunicação com os estudantes com o auxílio da tecnologia, continua a coordenadora. A pesquisa TIC Educação, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), avalia a infraestrutura das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas públicas e privadas e o seu uso nos processos educacionais.
Segundo Daniela, muitas escolas têm uma infraestrutura composta por computadores de mesa, resultado de investimentos em políticas públicas voltadas a essa área, e com acesso à web, ainda que a qualidade da internet seja uma questão problemática. Mas, por outro lado, merece atenção a inserção da tecnologia na cultura e no currículo escolar. "O que é interessante é que a tecnologia seja transversal, esteja inserida em todos os momentos da aula, entre no planejamento", diz a coordenadora.
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"As escolas não podem mais ficar sem tecnologia. Anos atrás, isso até podia ser uma opção, mas os alunos que chegam hoje às escolas já são nativos digitais", ressalta Regina Silva, diretora pedagógica da Positivo Informática Tecnologia Educacional. Para ela, as escolas precisam usar a tecnologia não como uma aula de informática, mas como uma nova linguagem que já faz parte do dia a dia dos jovens.
A Positivo Informática é provedora de tecnologias educacionais para escolas públicas e privadas. Exemplos são mesas educacionais interativas e ambientes virtuais de aprendizado personalizados para cada aluno.
Para Rodrigo Pimentel, diretor do Google for Education, o mau desempenho da tecnologia na educação não só no Brasil, mas em toda a América Latina, é um dos motivos para a evasão escolar que atinge números altíssimos nesses países. "Uma das principais razões para isso é o desencantamento. Há uma barreira gigante entre os dois mundos." Na visão da Google, diz Pimentel, boa parte do conhecimento já está disponível na internet. "O grande desafio é simplificar o acesso dos estudantes a bons conteúdos."
CHOQUE CULTURAL
"Hoje em sala de aula temos um choque do professor que não tem cultura digital e do aluno que já está na cultura digital", comenta o diretor geral do Colégio Londrinense, Eleazar Ferreira.
A partir de 2017, professores e alunos do colégio terão acesso, a partir de Chromebooks (notebooks da Google), a um ambiente virtual de aprendizado por onde é possível criar e realizar atividades, compartilhar conteúdos, acompanhar o progresso dos alunos e se comunicar mais facilmente.
O projeto se beneficia da ferramenta Google Sala de Aula, do programa Google for Education, que oferece às escolas gratuitamente um pacote de ferramentas – o G Suite for Education - que inclui aplicativos como Gmail, Docs, Drive, Hangouts (leia mais amanhã no Folha Matrículas Especial). "Esperamos que o aluno consiga fazer a aquisição do saber dentro daquilo que já é rotina para ele, que é o uso de tecnologia", comenta Ferreira.
Na visão de Lúcia Cortez, chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina, a conectividade nas escolas melhorou bastante. Nas instituições estaduais, há laboratórios de informática e Wi-Fi em todos os setores na "grande maioria" delas, afirma. Três escolas, que fazem parte do projeto "Conectados" da Secretaria de Estado da Educação (Seed), contam ainda com tablets com acesso à internet. A política de uso do Wi-Fi na sala de aula vai depender dos professores, mas muitos já permitem que os alunos façam uso desse recurso em equipamentos próprios para as atividades em classe.
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