O Google denunciou nesta quarta-feira (1º) que hackers na China invadiram contas pessoais de e-mails de autoridades dos EUA, jornalistas e ativistas políticos asiáticos.
Segundo a empresa americana, centenas de contas de e-mails foram comprometidas, e suas investigações apontam que as tentativas de coletar senhas de usuários parecem ter se originado da região central da China. O objetivo dos hackers seria monitorar as mensagens recebidas pelos usuários.
O Google disse ter interrompido a ação dos hackers e alertado os usuários afetados. A empresa afirmou que os invasores conseguiram obter senhas de alguns deles.
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"Notificamos as vítimas e protegemos suas contas. Além disso, notificamos as autoridades governamentais relevantes", informou a companhia nesta quarta.
A Casa Branca disse que vai investigar o caso, mas agregou que não há razões para acreditar que contas de e-mails de membros do governo americano tenham sido acessadas.
Um relatório técnico do Google diz que o golpe promovido pelos hackers é conhecido como "spear phishing", em que usuários específicos de e-mail são enganados e direcionados a uma falsa página, por exemplo, do Gmail.
Ao digitar sua senha ali, ela passa a ser acessada por hackers. Então, os criminosos configuram o serviço do Gmail para que ele encaminhe novos e-mails da vítima para uma outra conta, monitorada pelos hackers.
O correspondente da BBC em Washington Adam Brookes relata que é extremamente difícil para analistas confirmar se ataques do tipo são promovidos por iniciativa de governos ou de indivíduos.
Mas o fato de, segundo o Google, as vítimas deste ataque serem pessoas com acesso a informações secretas ou de relevância política levanta suspeitas de ciberespionagem.
Google e China
A denúncia desta quarta-feira ocorre cerca de um ano depois de o Google ter sido alvo de hackers que também pareciam estar em solo chinês e que teriam invadido contas de e-mails de ativistas opositores a Pequim.
Na época, a empresa americana havia se recusado a continuar censurando o conteúdo de suas buscas, como d determinava o governo chinês.
A situação acabou forçando o fechamento do escritório do Google em Pequim – a empresa hoje opera via Hong Kong – e levantou o debate sobre as tentativas do governo chinês de controlar o conteúdo da internet.
A china rejeita as acusações de ter atacado o Google. "A acusação é inaceitável", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hong Lei. Na opinião dele, a acusação tem segundas intenções.