A empresa belga Tractebel e o consórcio Maromba (Votorantim Energética e Vale do Rio Doce) participarão juntos do leilão de privatização da Copel, na próxima quarta-feira, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. A formação do consórcio foi anunciada pelo presidente do grupo Votorantim, Antonio Ermírio de Moraes, durante evento, na Associação Paulista de Supermercados, em São Paulo.
Antonio Ermírio aproveitou para defender o adiamento do leilão por pelo menos 15 dias. Desta maneira a Tractebel conseguiria viabilizar com mais facilidade sua participação. O governo descarta a hipótese de mudar a data.
O empresário reclamou também do preço da Copel. Antonio Ermírio considera que o preço mínimo de R$ 4,32 bilhões fixado pelo governo do Estado é inviável para que uma única empresa faça a oferta. Diante do valor, o empresário previu que dificilmente haverá ágio. "O ágio deverá ser praticamente zero", afirmou.
Leia mais:
BNDES aprova mais R$ 200 milhões para braço da Embraer produzir carro voador
Como ficará a dedução dos gastos com saúde após as mudanças no Imposto de Renda?
Saiba como corrigir erros no cadastro da aposentadoria do INSS
Fim da escala 6x1 pode ter impacto positivo na saúde mental, dizem especialistas
A Votorantim terá a menor parte na sociedade com a Vale e a Tractebel. Ela ficará com apenas 5% do negócio, pois seu objetivo é conseguir energia para abastecer a produção de cimento. A Vale do Rio Doce tem interesse em controlar a geração da Copel, enquanto a Tractebel (dona da Gerasul) ficaria com a distribuição e transmissão. O acordo entre elas está praticamente fechado.
O consórcio formado terá como concorrente apenas a Altere Participações, empresa formada pela administradora de fundos de investimentos GP Participações. A Altere também foi a terceira pré-qualificada ao lado da Tractebel e do consórcio Maromba.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encaminhará hoje para a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) a relação das empresas que estão aptas para a qualificação. Oficialmente, o nome delas será divulgado segunda-feira. A Aneel analisa a concentração de mercado de cada uma.
Hoje termina o prazo para que as empresas analisem os dados financeiros e administrativos da Copel na sala de dados (data room), que foi aberta em 16 de julho. Ao todo 11 grupos se inscreveram para o data room, condição obrigatória para o leilão.
O leilão colocará a venda 58,6% das ações da Copel em poder do governo, 26,4% dos papéis do BNDES e as ações dos minoritários. A adesão dos minoritários ao leilão foi de 90%. O anúncio oficial do número de ações que os minoritários ofertarão para o governo está previsto para segunda-feira. Os papéis comprados pelo Estado vão a leilão junto com as demais ações.