As usinas de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do País vão produzir, nesta safra, 9% a mais de açúcar do que na safra passada e 12% a mais de álcool, em atendimento ao pedido do governo federal, que em janeiro deste ano determinou a redução do índice de álcool na gasolina de 25% para 20%, com medo de que o setor ficasse desabastecido.
Com a antecipação da safra deste ano e com o aumento de produção, os usineiros acreditam que o governo anuncie a volta dos 25% de álcool na gasolina já no dia 1º de maio.
Segundo José Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcoopar), a safra 2003/2004 começou no dia 17 de março em duas usinas do Estado.
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No dia 24 de março, outras cinco usinas também iniciaram a colheita e a expectativa é que as 16 restantes estejam comecem a safra até o próximo dia 15.
Ele explicou que o objetivo em antecipar a safra é evitar o desabastecimento. O consumo de álcool aumentou muito desde o ano passado por conta dos reajustes da gasolina.
Com isso e a a ameaça da volta da inflação, muitos motoristas estão fazendo o chamado ''rabo de galo'', que é aumentar o percentual de álcool na gasolina, o que poderia desabastecer as usinas.
No Paraná, a produção estimada é de 26 milhões de toneladas de cana, com os quais serão produzidos 1,1 bilhão de litros de álcool e 1,53 milhão de toneladas de açúcar.
Na região Centro-Sul, a produção de álcool deve chegar a 11,6 bilhões de litros. Por determinação do governo federal, conforme Dias, o setor vai exportar menos açúcar para garantir a produção maior de álcool.
No período de safra, de acordo com Dias, é natural que o preço do álcool caia, mas a diferença para menos não deve ser sentida pelo consumidor final.
''Até chegar no consumidor final, o álcool já foi vendido para as distribuidoras e depois para os postos e nesse caminho acontecem reajustes que não deixam o preço ser tão atraente para o motorista'', argumentou.
Para enfrentar aumento da demanda de álcool, as usinas do Centro-Sul têm condições de elevar a produção a médio prazo. Segundo Dias, a capacidade instalada das indústrias é de 15 a 16 bilhões de litros, ou seja cerca de 3 bilhões de litros acima do consumo atual.
O excedente tem sido exportado. Em 2002, o destino foi a Inglaterra e a Suécia. Neste ano, será estendido também para Coréia do Sul e Japão.