As vendas industriais paranaenses cresceram pelo quinto mês consecutivo. Em outubro, houve um aumento de 6,65% na comparação com o mês anterior. Dos 18 gêneros pesquisados, 11 registraram alta.
Segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), com este cenário, o desempenho das vendas do setor deve melhorar a partir do ano que vem.
"Está acontecendo uma retomada na economia. O processo é lento, mas consistente. Tudo indica que em 2004 teremos um ano melhor", afirma o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures. "Apesar das adversidades da conjuntura, os empresários estão fazendo a sua parte, dando atenção para ganhos de produtividade, educação tecnológica e arranjos produtivos".
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Pelos números da Análise Conjuntural de Outubro da Fiep, o reaquecimento da economia nestes últimos meses pode não ser suficiente para equiparar o resultado das vendas industriais com a do ano anterior.
"O cenário para 2004 é positivo, desde que se mantenham algumas condições macroeconômicas", acrescenta o chefe do Departamento Econômico da Federação, Maurílio Schmitt.
Schmitt explica que as vendas deverão continuar em alta se a queda dos juros se mantiver e houver aumento do crédito ao setor produtivo. Outro componente que pode interferir no processo é a recomposição da massa salarial. Ele acrescenta que as vendas paranaenses para o exterior devem continuar a crescer. Atualmente, a retomada da economia dos EUA e a procura crescente da China por produtos brasileiros e paranaenses ajudaram as exportações das indústrias locais.
Segundo a pesquisa do Departamento Econômico da Fiep, entre as indústrias que se destacaram na última pesquisa de vendas industriais estão as dos setores de Perfumaria, Sabões e Velas (55,68%), Bebidas (31,99%), Material de Transportes (20,49%), Metalúrgica (15,70%) e Mobiliário (14,22%).
O bom desempenho destes segmentos acontece porque todos produzem bens para o consumo, cujas vendas crescem no fim do ano.
No caso do setor automotivo, as vendas se expandiram pela redução do IPI (para veículos de baixa cilindrada), redução de juros e ampliação de crédito pelos bancos ligados às montadoras. Já a comercialização do setor de bebidas cresceu por causa da mudança da estação.
O único setor de destaque não influenciado pela sazonalidade é o de metalurgia, em que o crescimento tem haver com a retomada da produção industrial.
Também houve crescimento do emprego no setor industrial que, no total, aumentou em 0,41%, acumulando nos 10 primeiros meses do ano 5,58%. Em outubro, também cresceu 0,67% o emprego na produção, acumulando no ano 2,64%.
Os setores que mais aumentaram (percentualmente) os seus quadros são: Mobiliário (2,57%), Material Elétrico e de Comunicações (2,24%), Mecânica (2,23%), Matérias Plásticas (1,98%) e Bebidas (1,13%).
O levantamento também constatou que houve maior número de horas trabalhadas, crescendo em outubro em 4,52%. Já a utilização da capacidade instaladas caiu um ponto percentual e ficou em 76%.