A montadora de ônibus e caminhões Volvo terá que demitir 60 funcionários em Curitiba. O motivo é a queda nas exportações de cabines para a Europa e o mercado americano, segundo a empresa. O comunicado já havia sido feito na sexta-feira ao Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba. Os trabalhadores fazem parte do segundo turno da fábrica de cabines, responsável pela produção de 20 das 45 unidades feitas diariamente na montadora.
Já o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Nelson Silva de Souza, afirma que, na verdade, a empresa pretende dispensar ainda outros 50 trabalhadores da área de produção. A informação é desmentida pela assessoria da Volvo.
Desde a semana passada, o sindicato vem mantendo contato com a direção da empresa para tentar reverter a situação. Para reduzir o quadro, a Volvo fala em realizar um Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou a implantação de um banco de horas. Nelson Silva diz que o PDV é bem vindo, mas que a proposta do banco de horas só pode ser acatada caso haja garantia de emprego para os trabalhadores.
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Segundo a assessoria da Volvo, a proposta que será feita aos trabalhadores ainda não está concluída. A empresa também não tem data definida para a dispensa dos trabalhadores. Desde sexta-feira, os funcionários da fábrica de cabines já estão em casa, com dispensa remunerada.
Mas a situação dos funcionários da Volvo pode ficar ainda pior. A empresa passa por um processo de reestruturação que está sendo elaborado por uma consultoria externa. O resultado dos estudos poderá se traduzir em corte de pessoal em determinados setores. A assessoria da fábrica informou ontem que não há qualquer programa de enxugamento, mas o resultado da auditoria poderá "eventualmente provocar uma readequação do quadro de pessoal". O trabalho da auditoria faz os metalúrgicos ficarem ainda mais preocupados.
Hoje a empresa tem cerca de 1,6 mil funcionários, entre os que trabalham na linha de montagem e no setor administrativo. A fábrica produz ônibus, caminhões e cabines que abastecem o mercado nacional e também servem para exportação. Hoje a montadora tem mercado em vários países da América do Sul, para onde vende ônibus e caminhões.
A Volvo comercializou mais de 4,4 mil caminhões e mais de mil ônibus que abasteceram os mercados nacional e internacional. Os negócios da empresa renderam um faturamento de R$ 915 milhões, no ano passado.