Sem poupar seus adversários de críticas, a candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, classificou de "burrice" a ação da Prefeitura e do governo do Estado na região da cracolândia, que dispersou os usuários de crack que se instalavam na região central da cidade, com a utilização da polícia. Na opinião da candidata, a ação não usou "inteligência" nem teve "sintonia" entre os atores envolvidos.
Mesmo tendo exercido o cargo de subprefeita da Lapa (2009-2010) na gestão de Gilberto Kassab (PSD), sua avaliação do prefeito foi negativa, chamando Kassab de "lerdo". "Nos ônibus, poderia ter tido grandes progressos, assim como na coleta seletiva, que está muito abandonada", apontou.
Caso seja eleita em outubro, Soninha destacou como maior desafio enfrentar o que chamou de "descaso" enfrentado por São Paulo. "O desafio é lidar com problemas que foram construídos há décadas, cuidadosamente cultivados", ironizou.
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Sem fugir de polêmicas, Soninha defendeu a legalização da maconha - apesar de ressaltar que a Prefeitura não tem poderes para mudar essa lei. "(Vender maconha em bares) foi só um exemplo meio irônico, (já que) se vende uma série de entorpecentes, como cachaça, cerveja, que fazem parte da cultura nacional. Por que esse assunto não pode ser discutido normalmente? A Prefeitura não tem nenhum poder de mudar isso (legislação sobre as drogas), não toco nesse assunto eu só respondo (quando me questionam). A discussão já é complicada. São temas que podem (levar pessoas a) me xingarem de maconheira porque eu aceitei discutir a legislação. No caso do Levy (Fidelix, candidato pelo PRTB que chamou Soninha de ''maconheira'' durante entrevista para o Estado'') foi um esculacho. Isso é muito irresponsável."
Sobre a Cracolândia, Soninha disse que Prefeitura e governo do Estado mostraram "total falta de sintonia e planejamento sobre como lidar com o problema. Não houve inteligência, o crack não é fabricado ali, no bueiro da rua Aurora. Acho que foi burrice. Algumas coisas deram certo, alguns criminosos foram presos, criminosos e não doentes. Tem que ter uma sintonia entre esses órgãos públicos."