O início da quinta rodada do Brasileirão feminino, nesta sexta-feira (12), foi marcado por manifestações relacionadas ao retorno do técnico Kleiton Lima ao comando do Santos.
Ele havia colocado o cargo à disposição em setembro do ano passado, após denúncias de assédio sexual e moral relatadas por 19 jogadoras do elenco em cartas anônimas, e foi reapresentado no clube na terça-feira (9).
Antes do jogo entre Palmeiras e Avaí Kindermann, que terminou 4 a 0 para o time alviverde, as atletas de ambas as equipes colocaram a mão sobre a boca durante a execução do hino nacional, em um gesto de silenciamento relacionado às denúncias.
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Na foto oficial da partida, com o mesmo gesto, os times se juntaram e as jogadoras que vestem a camisa 19 ficaram de costas, em alusão ao número de acusações apresentadas.
As jogadoras do Corinthians repetiram o sinal de silenciamento durante o hino antes de partida disputada contra o próprio Santos, na Vila Belmiro, também na sexta. O jogo marcou a reestreia do treinador da equipe feminina do Santos e terminou 3 a 1 para o alvinegro da capital.
Logo aos dois minutos do primeiro tempo, as Brabas abriram o placar com gol de cabeça de Vic Albuquerque, que foi comemorado com as atletas novamente com a mão sobre a boca e algumas com o punho cerrado levantado.
Aos 14, a atacante Ketlen empatou o clássico após avançar na área corinthiana e passar pela goleira Mary Camilo. Depois de celebrar com as companheiras, a atacante foi até o banco de reservas e deu um abraço no técnico Kleiton Lima.
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Perguntada, durante o intervalo do jogo, sobre o abraço no treinador e o protesto das adversárias, Ketlen falou apenas sobre a importância de ter marcado seu primeiro gol no campeonato.
"Sempre pedia para a comissão técnica trabalhar bastante finalização, porque sei da minha responsabilidade", respondeu ela, que é a maior artilheira da história das Sereias da Vila com 193 gols.
Vic Albuquerque, do Corinthians, também falou sobre o protesto no início do jogo. "Muitas vezes não somos ouvidas, então por isso a mão na boca. Queremos entregar segurança para as mulheres no trabalho e em casa, contra abusos mental e sexual."
Na coletiva de imprensa para a apresentação de Kleiton Lima, ele esteve acompanhado pelo coordenador de futebol do Santos, Alexandre Gallo, e pela coordenadora de futebol feminino, Thaís Picarte, que assumiu o cargo no início deste ano. Ambos reiteraram a confiança sobre a postura de Lima, que sempre negou as acusações.
Segundo Alexandre Gallo, uma sindicância interna foi aberta logo após o recebimento das denúncias, e uma investigação que contou com apoio da Polícia Civil concluiu que o conteúdo das denúncias não foi comprovado.
"Chegamos a um consenso que nada ocorreu como foi colocado nas cartas", afirmou Gallo. "A gente fica bastante tranquilo em relação a isso, sobre seu caráter, conduta e família. O Santos está feliz que você está de volta com a gente", disse o coordenador, direcionando-se ao técnico readmitido.
"Bom estar aqui de volta representando este grande clube no qual eu tenho uma vida de serviços prestados em diversas categorias e uma identidade muito grande com o futebol feminino. Em relação ao ocorrido ano passado, quero deixar de maneira bem clara e transparente que eu não cometi nenhum tipo de assédio", afirmou Kleiton Lima.
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Jogadoras que estavam no elenco na época das denúncias falaram ao programa Globo Esporte, sem se identificar, sobre as declarações durante a apresentação do técnico.
"O que falam sobre ter tido uma apuração é mentira", disse uma delas. "Sabe quem que ele [Alexandre Gallo] ouviu? O Kleiton Lima. Esse cara ele ouviu, mas nós, não", acrescentou outra jogadora, que relatou ter sido assediada pelo treinador dentro de um ônibus a caminho de uma partida.
"Na hora que saiu, ele se esfregou em mim, no meu ombro, eu senti. Passou três, quatro bancos e olhou com aquele olhar maligno dele. Tipo: 'Eu fiz e você vai fazer o quê?'", conta.
Pelas redes sociais, a equipe feminina do Cruzeiro também se manifestou por meio de um vídeo em que aparecem jogadoras e membros da comissão técnica. "Até quando com preconceito, assédio, abuso e violência? A tentativa de silenciamento não me representa", diz o texto do vídeo.