Os artesãos das praças Rocha Pombo e Floriano Peixoto, no centro de Londrina, rejeitaram a transferência para um prédio na avenida Rio de Janeiro, que já abrigou o antigo Cine Jóia.
Eles alegam que a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) não deu garantias capazes de preservar a sobrevivência econômica no novo endereço, que não foi confirmado pela presidência da companhia.
Por isso, decidiram não respeitar o prazo para deixar as praças até o dia 15.
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Nesta terça-feira, os artesãos discutiram a questão com os vereadores e pediram apoio ao Legislativo.
De acordo com o presidente da União dos Artesãos da Praça Rocha Pombo e Floriano Peixoto (Uniflor), Dermindo Florentino, eles solicitaram aos vereadores que ''não deixem passar nenhum projeto (do Executivo) que vise fazer coisas que não sejam necessárias aos artesãos'', como por exemplo, a criação do Centro de Excelência de Artesanato.
Para Florentino, os recursos consumidos com o aluguel do imóvel, cerca de R$ 10 mil, poderiam ser investidos na revitalização das duas praças, que foram ocupadas por esse tipo de comércio em 1982, na gestão do então prefeito Wilson Moreira.
Na Floriano Peixoto, as barracas foram instaladas em 1995, durante a administração de Luiz Eduardo Cheida.
Nessa mesma época, a área teria sido declarada de utilidade pública pela Câmara de Vereadores.
A categoria também argumenta que o prédio que a CMTU pretende alugar não é suficiente para abrigar a todos.
Os 27 artesãos representados pela Uniflor somados aos 40 vinculados à Associação dos Artesãos Autônomos da Praça Rocha Pombo excederia a capacidade do local em cerca de vinte profissionais.
A capacidade do Centro é outro ponto nebuloso para os ambulantes. Segundo a líder do prefeito na Câmara, vereadora Márcia Lopes (PT), o local abrigaria 40 ambulantes. Já o presidente da CMTU, Wilson Sella, afirmou ontem que a intenção é retirar das ruas cerca de 120 artesãos.
Sella não confirmou ontem a localização do suposto prédio que está sendo sondado para abrigar o Centro.
Ele reafirmou que o prazo dado aos artesãos para deixarem as praças não será prorrogado e que as argumentações da CMTU estão baseadas no Código de Posturas do Município.
Quanto as dúvidas com relação a mudança de endereço, Sella disse que o projeto não está pronto porque ''tem que ser discutido em conjunto com os artesãos''.
Por sua vez, o vereador Carlos Bordin (PPB) adiantou que ingressará com um novo pedido de informações ao Executivo, cobrando os motivos da transferência dos artesãos.