O juiz substituto da 1ª Vara Cível de Londrina, José Ricardo Alvarez Vianna, emitiu sentença de primeiro grau favorável à família do estudante José Roberto dos Santos, morto em junho de 94 por traumatismo craniano, após atendimento no Hospital Universitário (HU).
Pela decisão judicial, o Hospital e o médico residente que atendeu o menino foram condenados ao pagamento de uma parcela única de R$ 35 mil por danos morais, além de uma pensão alimentícia (fixada no valor de um salário mínimo) a contar dos 12 até os 25 anos da vítima.
Na época com 11 anos, José brincava de patinete com os colegas, na rua, quando caiu e bateu a cabeça no meio-fio. A mãe do menino, a zeladora Cleuza José dos Santos Pereira, conta que o levou até o posto de saúde do bairro em que moram, o jardim Santa Helena (zona oeste), de onde foi encaminhado para o HU. Lá, além de esperar das 11 às 16 horas pelo atendimento, foi recebido por um residente do curso de medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que, segundo ela, não lhe prestou o serviço adequado e ainda lhe deu alta.
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''O 'doutor' examinou quase tudo no meu filho, menos a cabeça. No final, sentiu o coração dele, disse que estava com os batimentos muito fracos e me pediu que o levasse no outro dia para fazer exames, garantindo que não haveria problemas'', conta a mãe.
Para ela, o dinheiro da indenização viria em boa hora, já que a renda familiar (o marido é operador de máquinas) mal chega aos R$ 500. ''Esse dinheiro não vai trazer meu filho de volta, mas pelo menos nos ajudaria como ele faria, hoje moço, trabalhando e ajudando o pai'', afirma. O casal tem uma filha de 16 anos. ''Precisamos comprar uma casa, nem que seja bem pequena, e consertar o túmulo do José, que está precisando'', completa Cleuza.
O advogado da família, Aduvalter Ernandes de Souza, adiantou que vai recorrer da sentença para que a família receba a pensão até os 65 anos do filho morto. ''Isso tendo em vista a expectativa de vida do homem brasileiro e a condição social da família'', explicou. Já o assessor jurídico do HU, Renato Tavares Iaby, informou que o hospital deve recorrer quando for intimado pela Justiça. O despacho do juiz saiu há exatos 30 dias.