Os índios caingangues da Reserva de Apucaraninha, em Tamarana (62 km ao sul de Londrina), fizeram um acordo com a Copel e liberaram hoje (09/08) os três funcionários da companhia e cinco de uma empreiteira que estavam impedidos de sair da usina desde a manhã da última quarta-feira. A pedido da Copel, quatro agentes da Polícia Federal acompanharam as negociações entre os índios e o gerente de produção da empresa, Romano Laslowsky, que se deslocou de Curitiba.
Mesmo com a retenção do grupo por mais de 24 horas na reserva, os caingangues e o administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), José Gonçalves dos Santos, preferiram classificar a manifestação como pacífica. Os índios passaram a noite em vigília bloqueando a estrada rural que dá acesso à reserva.
Durante a reunião, os índios reivindicaram uma participação nos lucros da produção de energia da usina, que fica em suas terras. A alegação dos caingangues é que há 50 anos, quando a hidrelétrica foi construída, os índios não receberam nada. Eles têm apenas um contrato de arrendamento das terras com a Copel. Para os índios, a participação nos lucros seria uma maneira de indenizá-los pelo desmatamento da região. Pelo arrendamento a reserva recebe R$ 56 mil anuais, mas paga cerca de R$ 30 mil anuais pela conta de luz. A outra reivindicação é a revisão do valor pago pelo arrendamento.
* Leia mais em reportagem de Chiara Papali na Folha de Londrina/Folha do Paraná desta sexta-feira