As autoridades e profissionais do setor de Saúde de Londrina elogiaram a possível implantação de uma nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a cidade - anunciada domingo pelo ministro da Saúde, Humberto Costa - mas destacaram que o credenciamento de leitos já existentes e o aumento do ''teto'' dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados aos municípios devem ser priorizados ainda neste semestre.
Segundo levantamento da Assessoria de Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde, Londrina conta atualmente com 86 leitos de UTI credenciados ao SUS. Outros 22 aguardam credenciamento ou funcionam sem o repasse do governo federal. A expectativa do secretário de Saúde, Silvio Fernandes, é ver aprovadas, ''o mais rápido possível'', as 12 vagas da nova ala do Hospital Santa Casa (que conta com 38 leitos de UTI, incluindo neonatal e pediátrico).
''Com a aprovação do Ministério, o credenciamento destes leitos melhoraria bastante o atendimento. A defasagem do ''teto'' (do repasse) do SUS é o maior problema enfrentado pelos municípios'', comentou Fernandes.
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Londrina recebe atualmente cerca de R$ 5,8 milhões do SUS. Segundo o secretário de Saúde, para ''garantir o atendimento e evitar o acúmulo de dívidas'', seria necessário um repasse maior, calculado em pelo menos R$ 1 milhão a mais.
O chefe da 17ª Regional de Saúde, Gilberto Martin, também apóia a regularização imediata dos leitos e a revisão do repasse, mas destacou a carência de vagas da região. ''Temos hospitais próximos à Londrina, como a Santa Casa de Cambé e o (Hospital) Cristo Rei em Rolândia, que podem ganhar uma UTI ou ampliar a oferta de leitos. O que não podemos encaminhar pacientes para Ponta Grossa, Ivaiporã e até Pato Branco quando não há vagas'', explicou Martin.
O Hospital Universitário (HU) é outro exemplo de atendimento acima do número de leitos que recebem recursos do SUS. São 17 vagas na UTI de atultos e 12 vagas na UTI neonatal e pediátrico. Nestes dois últimos, a média de ocupação é de 17 pacientes/dia. ''O HU já tem projetos para regularização e ampliação de vagas. A afirmação do ministro abre um canal de diálogo que não podemos perder, mas temos que pensar em investimentos na ampliação da estrutura física e do pessoal habilitado'', comentou o chefe do HU, Francisco Eugênio.
O ministro da Saúde esteve em Londrina no último domingo, onde participou da abertura do Congresso da Rede Unida. Durante sua permanência na cidade, Costa afirmou que iria anunciar quais Estados e municípios estão carentes de UTIs. ''Naturalmente que uma cidade importante como Londrina vai estar no conjunto das novas UTIs que o Ministério pretende instalar nos próximos meses'', disse Costa.
De acordo com a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Fehospar), o Estado possui cerca de 29 mil leitos em 498 hospitais. Deste total, 805 vagas são destinadas à UTI.