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Aedes aegypti

Medo de assalto dificulta combate à dengue em Londrina

Redação - Folha de Londrina
15 abr 2003 às 19:08

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Agente coloca a bandeirinha amarela da casa em vistoria: acesso dificultado pela insegurança dos moradores
- César Marinho
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Quando a bandeirinha amarela com as inscrições da Secretaria Municipal de Saúde está pendurada no portão de uma casa é sinal de que ali existe um agente trabalhando para erradicar possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue.

O trabalho desenvolvido por mais de 170 profissionais em Londrina é vital para acabar com a epidemia da doença, que atinge indistintamente ricos e pobres. Mas, por diversas razões, é nos bairros mais nobres que esses ''combatentes'' têm maior dificuldade para entrar nos imóveis.

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Cada um dos agentes visita, na média, 20 residências por dia. A Folha acompanhou durante algumas horas o trabalho desses profissionais desenvolvido no Jardim Shangri-lá (zona oeste), um dos bairros mais antigos da cidade.

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Em pouco mais de uma hora de trabalho, a equipe - formada por três agentes - percorreu quase todo o quadrilátero formado pelas avenidas Leste-Oeste, Rio Branco e Pandia Calógeras.

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Em muitas residências vistoriadas, a última visita da Secretaria Municipal de Saúde havia sido feita em 21 de janeiro. Mesmo assim, os agentes não encontraram nenhum foco do mosquito Aedes aegypti.


A grande maioria dos moradores recebeu muito bem os agentes e escutou atentamente as orientações sobre como combater a doença. Eles deram um enfoque especial sobre o perigo da dengue hemorrágica.

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Mas nem sempre os agentes conseguem êxito em suas visitas a bairros das classes média e alta. ''Os imóveis de alto padrão são bem mais inacessíveis'', reclamou uma agente. Alguns poucos simplesmente não permitem a entrada. Outros, temerosos com a segurança, acabam não abrindo os portões.


Uma das dificuldades mais comuns é que muitos dos proprietários desses imóveis não estão em casa no horário em que os agentes costumam trabalhar. Os empregados, por temerem advertências ou seguindo orientação expressa de seus patrões, não permitem a entrada.

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A Folha acompanhou uma situação desse tipo na Avenida Pandia Calógeras. Um funcionário de uma residência não autorizou o acesso dos agentes porque seus patrões estavam viajando. ''Eles disseram que não era para eu deixar entrar ninguém'', argumentou. Nesses casos, os agentes anotam o endereço e passam novamente num outro dia da semana.


Outra moradora da avenida, a dona de casa Vera Lúcia Luppi Pezarini, admitiu que já barrou a entrada de algumas pessoas porque soube de um conhecido que foi rendido por uma falsa equipe de funcionários de uma empresa telefônica.

Em relação aos agentes de combate à dengue, porém, ela garantiu que permitia o acesso. ''(Esse trabalho) é muito importante. Meu neto já esteve com suspeita de dengue mas, graças a Deus, não foi confirmada'', recorda.


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