Os moradores do conjunto Milton Gavetti, zona norte de Londrina, estão insatisfeitos com a demora da Prefeitura para a construção de um lago artificial no fundo de vale do bairro. A obra é uma idéia antiga que já esteve na pauta de administrações anteriores, foi utilizada como promessa de campanha ainda não concretizada.
''Moro no Milton Gavetti há 14 anos, e desde que vim para cá ouço essa conversa do lago. Todo ano de eleição aparece um projeto'', ironiza o desempregado Darci Martins, que mora na rua em frente ao fundo de vale. O local é limpo e relativamente bem cuidado, embora em alguns pontos ainda seja usado como depósito de lixo. Segundo os moradores, até o mês passado, o mato estava alto, mas funcionários da Prefeitura podaram a grama e o capim.
''O que nos foi dito é que a área seria transformada num espaço de lazer, com campo de futebol, pista para caminhada, pracinha, e desde o tempo do (ex-prefeito Antônio) Belinati se fala do lago. Mas o projeto foi adiado várias vezes, sob alegação de que não haveria recursos'', afirma Onorina Irene Silva Santos, do conselho fiscal da Associação de Moradores do Milton Gavetti.
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A obra faria parte de um projeto de cinco lagos na zona norte, a partir das águas do Ribeirão Lindóia e que serviriam como atração turística. O prefeito Nedson Micheleti disse, em declarações à imprensa no início do ano passado, que a idéia era transformar a área num atrativo semelhante ao lago Igapó. Em 1998, a Prefeitura chegou a traçar um projeto para a região do Gavetti, que foi engavetado porque não foram disponibilizados recursos junto ao governo do estado.
Onorina conta que, em março, Nedson lhe prometeu que o lago começaria a ser construído até o final do ano. ''Seria ótimo que cuidassem daqui. Com uma área de lazer e o policiamento, a área ficaria mais segura. À noite, tem um movimento grande, já teve gente que viu jovens usando droga no fundo de vale'', diz a dona de casa Gedalva da Silva.
O secretário de obras Aloysio Crescentini de Freitas relata que, no ano passado, o projeto de 1998 foi apresentado ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que sugeriu uma série de readequações. ''Eram mudanças relacionadas a questões ambientais, como o tipo de barragem e a distância de 30 metros da pista de caminhada em relação ao Ribeirão Lindóia'', explica. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) está providenciando as alterações.
Segundo Freitas, a Prefeitura também pediu à Sanepar que colocasse alguns metros para cima um emissário que fica na região, visto que, com o alagamento do córrego, ele ficaria muito próximo do ribeirão. O secretário diz que não existem previsões de data para a conclusão do novo projeto. ''Nossa idéia é licitar a obra até o final do ano'', diz ele. O valor da obra será orçado após o IAP aprovar o projeto.