Não tem coisa melhor do que acordar e tomar uma boa xícara de café, ainda mais naqueles dias em que é necessário aquecer o corpo e a alma antes de ir para o trabalho. Parte da rotina e do dia a dia do brasileiro, cada cidadão consome, em média, 1.435 xícaras de café por ano, de acordo com dados da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).
No outono e inverno, a tendência é que o consumo cresça. Com isso, comerciantes do ramo das padarias e lanchonetes de Londrina já notaram um aumento nas vendas do café, do tradicional ao com leite, nessas últimas semanas de temperaturas mais baixas.
No início desta quinta-feira (12), a reportagem percorreu alguns estabelecimentos comerciais no centro de Londrina para acompanhar o movimento de fregueses e as vendas do famoso ‘cafezinho’ em mais um dia frio, em que a mínima chegou a casa dos 8° durante a manhã.
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Proprietário de uma padaria na Rua Maranhão, Itamar Carlos Ferreira, 70, garante que, com a chegada dos meses mais frios, a venda do café aumenta cerca de 50%. Esse aumento, na visão do empresário, é reflexo do gosto e da tradição do brasileiro em tomar a bebida todos os dias. Durante a conversa, ele contou que alguns clientes vêm todos os dias pela manhã para tomar o café, independente da temperatura.
No verão, segundo ele, a venda do café costuma ter uma queda, já que muitos optam por trocar por um refrigerante, suco ou achocolatados de café, que são mais refrescantes. Agora, com a temperatura mais baixa, não tem para ninguém: o café é o campeão de vendas.
O café preto tradicional é, de longe, o que mais sai, mas o pingado não fica muito atrás. Em terceiro lugar, o chocolate quente também tem seus consumidores. Além da bebida, Ferreira aponta que os clientes costumam pedir como acompanhamento um pão com manteiga na chapa. “Mas eles levam também um biscoito, uma bolachinha, um pão francês para levar para casa, assim como os frios, como presunto e queijo”, conta.
Preço do café
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic), o preço do café no Brasil subiu 80% entre abril de 2024 e abril de 2025. Mesmo com o aumento, Itamar Carlos Ferreira explica que optou por segurar os valores. “Eu acredito que agora o café vai começar a baixar um pouco no mercado nacional”, opina.
Gerente de um quiosque no Calçadão de Londrina, Eliane Cristina Rosa, 45, também decidiu manter os preços do cafezinho. “Ainda não repassamos o preço desse aumento, que foi considerável”, conta. Apesar disso, ela garante que se continuar subindo, não há como segurar os valores antigos.
Segundo ela, nos dias mais frios, eles costumam fazer entre 15 e 20 litros de café, já que a pedida pela bebida cresce muito com a chegada do outono e do inverno. “Todo mundo gosta”, afirma, citando que alguns clientes tomam pelo menos uns três cafezinhos durante o dia.
Além disso, ela garante que muitos veem no café um momento para se reunir com os amigos e jogar conversa fora, principalmente os mais idosos, que sentam em grupos nas mesas para aproveitar a bebida quente.
Café é sagrado
Após acordar e fazer a higiene matinal, a aposentada Haidê Pool Vieira, 85, pega a carteira e as chaves e sai para tomar o seu bom e velho café de todos os dias. “O meu café é sagrado”, afirma, sem pestanejar. Para ela, a melhor combinação é um pingado com pão com queijo na chapa. “Hoje eu levantei e já pensei em tomar o meu delicioso café”, conta, aos risos. E é só depois de tomar a bebida quente que ela começa a fazer os afazeres de casa.
Só o básico
Em uma outra padaria na Alameda Miguel Blasi, o gerente Carlos Rodrigues, 61, concorda que há um aumento no consumo de café nessa época do ano, mas que já foi melhor em anos anteriores. A justificativa, segundo ele, pode ser a concorrência, a crise econômica e até mesmo o preço do grão. “Desde o início do ano vem subindo, agora deu uma estabilizada, mas a gente não sabe até quando”, relata, citando que o preço da bebida foi reajustado no início do ano na padaria.
Além disso, ele garante que agora os clientes levam só o básico mesmo para um café da manhã, sem exagerar em algo mais supérfluo.
