Representantes do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, do Movimento Negro, do Conselho Municipal de Transparência e parentes do jovem Cristiano Rodrigues de Jesus procuraram o Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão ligado ao Ministério Público, na tarde desta quarta-feira (14), para denunciar suposta força excessiva de policiais militares contra moradores do Jardim Califórnia (zona leste). A denúncia foi feita após uma onda de protestos desencadeada em razão da morte do rapaz de 20 anos no último domingo (11) e também por conta de uma abordagem policial feita no dia seguinte, que acabou com moradores feridos com disparos de bala de borracha.
A morte do jovem está sendo investigada pela Policia Civil, com inquérito conduzido na Unidade Policial de Homicídios. A Policia Militar alega que Cristiano estava armado e morreu após reagir a abordagem no domingo. Entretanto, os moradores do bairro têm organizado ao longo da semana protestos negando a versão policial e afirmam que o rapaz foi executado, sem chances de defesa. Cristiano de Jesus, que usava tornozeleira eletrônica, respondia em liberdade por participação em um assalto ocorrido em 2019.
Na segunda-feira, logo após o enterro de Cristiano de Jesus, a PM voltou ao bairro em abordagem filmada por alguns moradores e que circula nas redes sociais. Segundo moradores, houve bate-boca e duas pessoas foram presas. Segundo o coordenador estadual do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Carlos Henrique Santana, que estava no bairro, os PMs estavam sem máscara e abordaram adolescentes, exigiram que eles desbloqueassem os celulares e retirassem galhos da rua. Uma mãe e outro morador bateram boca com os policiais quando um deles reagiu com balas de borracha. "Houve uma morte neste bairro, depois uma incerta da PM e a população se inflou e ao invés deles bateram em retirada, foram para cima", relatou.
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Um dos atingidos com três balas de borracha foi Fernando Alfradique Scanferla, autônomo e que faz trabalhos sociais na comunidade