Dois homícidios ocorridos na madrugada deste domingo dão a exata medida de como a violência se tornou banal em Londrina. Um homem morreu porque estava cumprindo suas funções no trabalho, o outro porque usava um chapéu engraçado e cruzou com uma turma ''errada'' dentro de um ônibus. O primeiro crime aconteceu dentro do Terminal Milton Gavetti (zona norte) e vitimou o vigia do local, Daniel Oliveira Pontes, 38 anos.
Há duas versões para o crime. Uma dá conta que Daniel foi morto numa tentativa de roubo, já que sua carteira e outros pertences pessoais desapareceram. Outra que o vigia estaria tentando impedir um grupo de adolescentes de pular o muro do terminal e os menores reagiram atirando. Três tiros o acertaram na região do tórax por volta da 1 hora. Não há suspeitos.
Daniel trabalhava como vigia noturno há cerca de cinco anos e, segundo o irmão Josué de Moura, ele comentava que as badernas e tentativas de invasões eram constantes. ''Ele dizia que sempre tinha baderna'', diz. Daniel era casado e tinha uma filha. Os responsáveis pela Transporte Coletivo Grande Londrina (TCGL) - que assumiu os funcionários dos terminais há cerca de uma semana, até então contratados pela Prefeitura - não foram encontrados para comentar o assunto. O funeral foi pago pela empresa.
Leia mais:
UEL aprova calendário de graduação para 2025
Evento "Mulheres na Roda de Samba" também acontece em Londrina
Londrina EC aposta em pré-temporada como diferencial em 2025
Final de semana será de tempo instável e chuvas em Londrina e região
O garçom Jorge Ramos dos Santos, 34 anos, estava voltando para casa, no Jardim Ana Elisa (zona oeste) por volta das 2 horas, quando um grupo de dois homens e uma mulher começaram a implicar com o chápeu que ele usava. Segundo a família, passageiros que estavam dentro do ônibus afirmaram que a discussão tomou corpo e um dos homens deu um chute em Santos. Ele caiu e em seguida tentou fugir quando o desconhecido começou a atirar.
Vários tiros teriam sido disparados dentro do ônibus e três atingiram Santos. As balas perfuraram o queixo, pescoço e coxa do rapaz. Ele desceria no próximo ponto.
A família do garçom ficou chocada com o crime. ''Ele era uma pessoa tranquila e sorridente, segundo nos falaram ele até estava levando a coisa (a discussão) na brincadeira, hoje em dia estão tirando a vida das pessoas por nada'', desabafa a cunhada da vítima, Judite Soares de Araújo. O garçom deixa mulher e filho. Informações extra-oficiais dão conta que os três envolvidos foram presos em flagrante.
Os crimes deste domingo elevam para 115 o número de vítimas de homícidios este ano em Londrina.