O prefeito de Londrina recebeu, na tarde desta terça-feira (24), integrantes da Organização Não Governamental Meio Ambiente Equilibrado (ONG MAE). O encontro, que teve a participação de secretários municipais e integrantes do coletivo Todos Por Um (TP1) e da ONG Patrulha das Águas, teve como objetivo discutir e esclarecer questões relacionadas à zona de amortecimento do Parque Estadual da Mata dos Godoy.
Atualmente, uma liminar concedida em favor da ONG MAE proíbe a concessão de licenciamentos, seja para instalações residenciais, industriais ou comerciais, na zona de amortecimento da Mata dos Godoy. Segundo a ONG, a medida se baseia em estudos próprios e visa garantir a proteção da região, área de preservação ambiental.
Para o prefeito de Londrina, a reunião é uma busca por diálogo junto às entidades ligadas ao meio ambiente na cidade, e por isso é um encontro muito importante para toda a cidade de Londrina. "Sempre tive uma visão progressista, e entendo que há vários lados nessa questão. E precisamos buscar o equilíbrio, buscar meios para que Londrina se reinvente e possa crescer, se desenvolver, de forma sustentável. Eu acredito que com o diálogo nós podemos resolver essa questão, chegando a um ponto que seja bom para todos", ressaltou Marcelo.
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O analista ambiental da ONG MAE, Gustavo Góes, apresentou as mudanças propostas pela instituição. Góes explicou que a região onde fica a Mata dos Godoy possui atualmente menos de 10% das suas condições originais. No parque podem ser encontrados mais de 300 espécies de aves, mais de 60 espécies de mamíferos e mais de 200 espécies de árvores. "Temos ali o único lugar do Brasil com todas essas características", destacou.
De acordo com o analista ambiental, o encontro na Prefeitura e a abertura de diálogo com o Município são medidas positivas. "É uma primeira tentativa que a gente vê com bons olhos, pois em gestões anteriores tivemos muitos embates. A gente ficou muito satisfeito com essa abertura, essa busca por encontrar um denominador comum para a questão da zona de amortecimento da Mata dos Godoy, que é uma região muito importante, um ativo da nossa cidade", afirmou.
O diretor de projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Jose Antonio Bahls Santos, apresentou também algumas propostas que o Ippul tem desenvolvido sobre a questão. "Recentemente, o IAP propôs a redução de quase um terço da zona de amortecimento, o que reduziria a área de 55 mil hectares para pouco mais de 39 mil hectares. Essa portaria já foi derrubada, mas nós precisamos iniciar o diálogo, com sugestões que devem ser amplamente discutidas", frisou.
Santos afirmou ainda que o Ippul está desenvolvendo uma nova proposta para a área da zona de amortecimento, e que deve contar com participação de outras secretarias. "São algumas premissas para termos um direcionamento. Buscar uma solução conciliadora, é isso o que o Ippul está procurando. E também resolver de fato essa pendência judicial pois, chegando num acordo, podemos ajudar a destravar essa questão da liminar", reforçou.
Dentre os presentes estavam também a secretária municipal do Ambiente, Roberta Queiroz, e o diretor presidente do Ippul, Nado Ribeirete