O presidente da Fundação de Esportes de Londrina, Marcelo Paulino, pediu exoneração do cargo na quinta à tarde ao prefeito Nedson Micheleti (PT). A saída acontece no mesmo dia em que foi divulgado o relatório da auditoria do município, apontando diversas irregularidades em convênios firmados pela Fundação. Paulino estava no cargo desde o início da administração. Em seu lugar, assume interinamente o secretário de Governo, Adalberto Pereira.
Micheleti disse que ainda não definiu quem assumirá definitivamente a Fundação, mas desta vez não haverá consulta ao PHS, que indicou Paulino no início do governo. ''O cargo é meu. Agora, eu escolho o nome'', advertiu, mas sem adiantar um prazo para a definição.
O prefeito lembrou que apreciava o trabalho feito por Paulino. Mas destacou que, devido às denúncias, criou-se um clima de desgaste político que acarretou na exoneração. O prefeito promete cobrar a restituição aos cofres públicos dos recursos supostamente desviados de convênios da Fundação e dar os encaminhamentos propostos pelo relatório.
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Paulino vinha sofrendo um desgaste desde o final de agosto, quando surgiu a denúncia de que ele teria cobrado 20% de um pedido de aditivo de um projeto. O caso foi repassado ao auditor-chefe do município, Osvaldo Alves de Lima, que aponta que vários projetos foram aditivados em 25% do valor contratual. ''Ocorre que em nenhum deles os recursos previstos e aprovados haviam se esgotado nas datas dos aditamentos. Não houve justificativas plausíveis para esses aditamentos'', diz um trecho do relatório. Ainda de acordo com o auditor, muitos projetos não atenderam aos objetivos previstos no contrato.
Lima aponta que Paulino terá de devolver R$ 5.779,82 por creditar indevidamente passagens aéreas e por permitir a contabilização de bilhetes de passagens através de xerox. O auditor pede ainda a devolução de cerca de R$ 2 mil por parte de duas associações porque passagens aéreas de Paulino teriam sido usadas indevidamente na prestação de contas.
Segundo Lima, uma análise mais profunda não foi possível porque a maioria das entidades não entregou toda a documentação solicitada. Ele pretende terminar a auditoria em 60 dias.
Paulino afirmou que não vai devolver o dinheiro. ''Somente se a justiça determinar.'' Ele alegou que o fato de as passagens terem sido contabilizadas por xerox não significa que não tenha feito a viagem. ''Nunca pedi dinheiro para nehuma instituição em benefício próprio. Não há irregularidades, todas as viagens que fiz foi em benefício das entidades''.
O anúncio do relatório, ontem de manhã, foi marcado pelo tumulto. Paulino, acompanhado de familiares, esteve presente e rebateu as acusações. Lima e Paulino chegaram a trocar ofensas. No início da tarde, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, Paulino pediu exoneração. A Folha ligou para Paulino à tarde, mas ele não atendeu o celular.