Depois de muita confusão com o Pelotão de Choque da Polícia Militar disparando balas antimotim e bombas de efeito moral, os 185 presos da Prisão Provisória de Londrina (PPL) decidiram ontem suspender a greve de fome que estavam fazendo há quatro dias. Segundo o representante do Centro de Direitos Humanos (CDH), Gelson Gil, de manhã a negociação teve que ser interrompida devido à confusão e só à tarde os presos decidiram pela suspensão do movimento.
Os detentos iniciaram a greve em função das mudanças no sistema de visitas determinadas pelo juiz da Vara de Execuções Penais e Corregedoria de Presídio da região (VEP), Roberto do Valle. As visitas não poderão mais ser feitas nas alas das celas e não serão mais no mesmo dia. O presídio foi dividido em cinco setores e cada dia cerca de 40 presos ficarão fora das celas.
Anteriormente, no dia de visitas todos os presos ficavam soltos nas alas das celas e segundo o juiz entravam no presídio drogas, celulares, serras e outros objetos, e aconteciam abusos contra mulheres de outros presos. Na segunda-feira uma comissão com promotores e membros do CDH sugeriu que os presos fizessem uma experiência de um mês dentro do novo sistema de visitas e se comprometeram a fazer algumas reformas no pátio de visitas e no setor de visitas íntimas.
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Ontem de manhã a comissão chegou na PPL para saber se os presos tinham aceitado ou não as propostas. Segundo Gil, o pessoal da faxina foi liberado para passar para os detentos as propostas e o Pelotão de Choque foi chamado para garantir a segurança. Neste momento, de acordo com Gil, os presos começaram a bater nas grades e o Pelotão de Choque interferiu soltando bombas de efeito moral e balas antimotim. "Os presos da faxina voltaram para as celas e a negociação foi interrompida", afirmou. À tarde a comissão voltou ao presídio e os grevistas já haviam decidido aceitar as propostas e interromper a greve.