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Padres, diácono e bispo

Religiosos da região de Londrina vão ao Vaticano para funeral do Papa Francisco

Bruno Souza - Especial para o Portal Bonde
24 abr 2025 às 17:17

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Diversos religiosos e membros da Arquidiocese de Londrina e de outros municípios no Norte do Paraná já estão na Itália para o funeral do Papa Francisco, falecido na última segunda-feira (21) no Vaticano. A viagem, entretanto, não havia sido programada para esse acontecimento em específico. Porém, unidos pela coincidência - ou providência, como denominam -, eles se preparam para prestar as últimas homenagens ao Sumo Pontífice da Igreja Católica até sexta-feira (25).


Com expectativa de atrair cerca de 4 milhões de fiéis de todo o mundo, o velório de Francisco deverá ser o mais popular da história da igreja. Os religiosos da região de Londrina perceberam a procissão de devotos desde os aeroportos.

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Padre Edivan Santos, de 52 anos, da Igreja Nossa Senhora de Aparecida de Porecatu (Região Metropolitana de Londrina), relata que ouviu conversas somente sobre o papa e conclave, que se aproxima, mas sempre com um cuidado e respeito com o nome de Francisco. "Falam como se fosse alguém da família. E ele foi. Foi um sujeito que se permitiu ser comum, como se fosse um amigo."

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Santos chegou a Roma na terça-feira (22), porém foi para o sul da Itália na quarta-feira (23) para seguir com a programação da comitiva que ajuda a guiar. Ele vai voltar à capital italiana na sexta-feira para o último dia do velório. A viagem, marcada para o dia 21 de abril, foi planejada em conjunto com outros 26 peregrinos, entre eles os padres Ivair Domingos Muniz e José de Lima e o bispo Dom Marcos José dos Santos, todos de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro).

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"Essa peregrinação começou a ser pensada há dois anos. Inicialmente, era para visitar os Santuários Eucarísticos da Itália. Em janeiro deste ano, ficamos sabendo que o papa tinha marcado a canonização do Carlo Acutis, o Santo dos Jovens, dentro da programação do Jubileu. Então, mudamos um pouco o foco", relembra o padre da região de Londrina, destacando que metade da comitiva é formada por membros das paróquias do município.


Santos salienta que a experiência à sua volta o faz se sentir privilegiado por estar no centro de onde a igreja funciona em um momento tão importante. "Para mim, é um momento único, porque vim para uma coisa específica, mas vou ter a graça especial de me despedir dele [papa]. É um momento marcante na história da igreja, mas também um misto de tristeza e, ao mesmo tempo, gratidão pelo trabalho do Papa Francisco. A ternura, o acolhimento, o abraço, o beijo, a escuta... Tudo isso é muito forte. Esse é o sentimento por aqui. A política internacional do Papa Francisco era Jesus."

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Diretor espiritual da comitiva, o padre ressalta a importância da Igreja Católica para o mundo e como o falecimento de Francisco é um acontecimento mundial, inclusive para os que não fazem parte da religião.


"Ele ficou 12 anos no pontificado e cuidou de nós e, sobretudo, nos confirmou na fé. Cada vez que falece um papa, percebemos a importância da Igreja Católica. Ela tem história e presença mundial, o luto é no mundo inteiro. Inclusive, vi uma entrevista com evangélicos, que estão por aqui para a despedida", diz.

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Da esquerda para a direita, Pe. Edivan Santos, Pe. Ivair Domingos Muniz, bispo Dom Marcos José dos S Arquivo pessoal


'Deus precisa de você'


O diácono Thiago Nogueira, de 34 anos, será ordenado padre no próximo dia 24 de maio na Paróquia São José de Assaí (Região Metropolitana de Londrina). O religioso afirma que também chegou a Roma por acaso, mas leva a coincidência como uma providência divina, pois possui uma experiência pessoal "muito forte" com Francisco.

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"Cheguei hoje (23) de manhã. Pela tarde, fui à Basílica de São Pedro. O movimento ali é intenso com muita gente. Os arredores do Vaticano estão tomados de pessoas. A via della Conciliazione, que dá acesso à basílica, está toda interditada. Assim que cheguei, entrei na fila para chegar ao corpo do papa", explica.


Ele esperou 4 horas na fila para conseguir se aproximar do corpo, onde pôde permanecer somente por cerca de dez segundos na visitação. Preparando-se para assumir uma função religiosa com maiores desafios no próximo mês, Nogueira diz que o papa lhe concedeu bênção pessoalmente há menos de um ano.

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"É um momento muito forte e intenso, sobretudo para mim, na minha experiência espiritual. Ano passado, em maio, estive aqui em Roma. Tive a oportunidade de estar com o Papa Francisco, cumprimentá-lo e conversar com ele pessoalmente. Na ocasião, disse a ele que me preparava para os votos perpétuos e pedi para ele me colocar em suas orações. O papa me disse: 'Coragem, Deus precisa de você'", relembra o diácono. "Não imaginei que teria a oportunidade de participar do funeral dele quase um ano depois."


Assim como Santos, Nogueira planejou a viagem à Itália para um evento religioso sem qualquer ligação com o funeral. "Vim porque no próximo domingo iria começar aqui na Itália o Capítulo Geral da Congregação. Não vim especificamente para o funeral do papa, foi uma coincidência. Eu vim a trabalho, já estava programado", garante, salientando que em seu voo 80% das pessoas viajavam por conta da canonização de Carlo Acutis. De acordo com ele, o cardeal Dom Jaime Spengler também estava presente no avião com destino ao funeral e ao Conclave, já que o paranaense é um dos sete brasileiros que podem se tornar o novo papa.

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O diácono conta que o Vaticano segue em clima de "tristeza e orfandade pela perda do pastor maior da igreja". "Era o líder da nossa igreja, o nosso pai que partiu justamente nesta semana de Páscoa. Então com a ressurreição de Jesus, ele também fez a sua Páscoa, a passagem, depois de enfrentar uma longa enfermidade."


Arquivo pessoal
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'Decidi ficar em Londrina'


A reportagem ouviu o arcebispo da Arquidiocese de Londrina e presidente da Regional Sul da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) Dom Geremias Steinmetz sobre o envio de representantes do estado ao funeral de Francisco. Segundo ele, não há necessidade de enviar representantes formais, visto que todos estão liberados para ir ao Vaticano prestar homenagens.


"Quem tem que ir são os cardeais. Eles já devem estar lá, inclusive. Eu mesmo não fui por uma decisão minha. Se eu quisesse ir, poderia sem problema nenhum. Preferi estar aqui, junto com o povo de Londrina, celebrando esse momento importante na vida da igreja."


Sobre a expectativa de um papa brasileiro ou até mesmo paranaense, Dom Geremias garante que o estado possui nomes à altura do cargo e que têm grande prestígio dentro da comunidade católica.


"Vários dos nossos cardeais trabalharam no Paraná e dois são nascidos aqui. Dom Odilo Scherer é da região de Toledo. Já o Dom João Braz de Aviz é de Apucarana. Ele já foi bispo em Maringá e Ponta Grossa. Já o Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, e o Dom Leonardo Ulrich Steiner trabalharam em Curitiba e conhecem muito bem o Paraná. Agora, o que vai acontecer, ninguém sabe, mas há chances", afirma.


O líder religioso da igreja de Londrina espera que o novo papa siga os preceitos do antecessor e que perdure o legado de "mudanças necessárias" dentro da congregação católica. "Que o novo papa continue com muitas das bandeiras do papa Francisco, que precisam ser continuadas, seja na área do Direito Canônico ou até mesmo na economia, para garantir direitos básicos."


Bruno Souza


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