Com três meses de atraso, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) iniciou nesta segunda o ano letivo de 2003. Cerca de 13,5 mil estudantes - 3.010 calouros - voltaram às aulas, com calendário acadêmico apertado e campanha contra o trote violento.
Para os estudantes, os atrasos causados pela greve - que começou em 2001 e durou 169 dias - dificultam o aprendizado. Na opinião do aluno de ciência da computação, Alexandre Casemiro Andriani, 18 anos, a demora no início das aulas prejudica por exigir maior esforço para alcançar o desempenho desejado. Com as greves, sua turma deve fazer os quatro anos de curso com um semestre a menos. ''Fica mais difícil. Seria mais tranqüilo se o tempo fosse o adequado. Quem não estiver antenado, fica para trás'', salienta.
Jairo Queiroz Pacheco, responsável pela Coordenadoria de Assuntos de Ensino de Graduação (CAE), informa que em dois anos e meio o calendário já vai estar adaptado depois da greve. Segundo ele, a previsão inicial era de normalizar em cinco ou seis anos.
Pacheco conta que o primeiro dia do ano letivo de 2003 foi tranqüilo. Ele admite a ocorrência de aulas vagas por falta de professores, mas afirma que o problema é histórico. ''Isto acontece todo ano. Mas serão contratados substitutos e definitivos para resolver esta situação'', afirma. Por enquanto, os cursos deverão fazer ajustes nos horários das disciplinas para não deixar os alunos sem aulas.
Nesta primeira semana de aula, a CAE está promovendo uma campanha contra o trote violento. Foram realizadas reuniões com lideranças estudantis para conscientização sobre os riscos para os calouros. Os trotes devem excluir violência ou constrangimento e ter a participação facultativa dos recém-aprovados no vestibular.