O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sérgio Gaudenzi, encaminhou ofício à Agência Nacional de Avião Civil (Anac) comunicando à instituição do término das obras do grooving (ranhuras que permitem o escoamento da água) nas cabeceiras da pista principal do Aeroporto de Congonhas. Agora, com a conclusão das obras, Gaudenzi informou que cabe à Anac ir ao local para fazer a vistoria e liberar ou não a pista para pousos em dias de chuva.
"Foi concluído o grooving na pista, tudo dentro do prazo programado, que era às oito horas da manhã de hoje. Agora, falta a Anac fazer a vistoria. Nossa parte nós fizemos. Eu entreguei a obra. Agora quem manda na liberação é a Anac", disse Gaudenzi, ao deixar o Palácio do Planalto, nesta terça-feira , após se reunir com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Gaudenzi acredita que a Anac, após a vistoria das obras, irá liberar a pista principal de Congonhas para pousos em dias de chuva. "Eu diria que a Anac, indo lá, provavelmente libere [a pista] para descer com chuva". O presidente da Infraero disse ainda acreditar que a falta de diretores na Anac, em função da renúncia, não deve comprometer a liberação da pista de Congonhas. "Tendo um diretor na Anac, ou algum substituto que tenha, eu acho que tem o poder de fazer isso. Se alguém está lá dirigindo a empresa, tem o poder de fazer".
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A qualidade da pista e os procedimentos de segurança para pouso em Congonhas foram alvos de vários debates após o acidente com o Aribus A320 da TAM, que não conseguiu frear e colidiu com um terminal de cargas da própria empresa próximo à cabeceira da pista. O falta de grooving foi iniciamente apontada como uma das causa, mas ainda não há conclusões sobre o assunto. Depois, uma norma informal da Anac, que exigia o funcionamento de ambos os reversos para pousos em dias de chuva, se tornou o assunto após ter sido usada para aprovar a liberação da pista com apoio da Justiça.
Na quinta-feira, procurada pela reportagem da Agência Brasil, a Anac respondeu que, legalmente, compete a Infraero apresentar as informações relativas às condições da pista. Também afirma que, como a execução do grooving não acarretou alterações nas características físicas da pista (como comprimento, suporte de pavimento e outros), não é necessário homologá-la. A existência das ranhuras também não interfere na determinação do Conac de transferir vôos de Congonhas para outros aeroportos de São Paulo.
Sobre a crise aérea, Sérgio Gaudenzi disse que ainda há muito a ser feito para resolver os problemas no setor. "Nos já conseguimos melhorar um pouco. Hoje têm números menores de atrasos. Mas tem muita coisa para ser feita". Ao ser indagado sobre a afirmação da Anac na última semana de que a crise aérea tinha terminado, Gaudenzi respondeu: "Eu não vou fazer comentário sobre uma outra área. Eu acho que melhoramos, mas estamos longe ainda de atingir o ponto que queremos atingir. Vamos continuar trabalhando muito ainda para melhorar ainda mais".
Dentre as ações a serem tomadas pelo governo para solucionar problemas no setor aéreo, está, segundo destacou o presidente da Infraero, a construção da terceira pista do aeroporto de Guarulhos. Para construir esta terceira pista, o governo deverá gastar, só com a desapropriação de seis mil famílias, cerca de R$ 600 milhões. A construção da pista ficaria em torno de R$ 200 milhões.
ABr