Astrônomos europeus descobriram um planeta extremamente parecido com a Terra – o primeiro localizado fora do Sistema Solar que tem o potencial de abrigar vida.
Os cientistas estimam que o planeta tenha temperaturas amenas, o que poderia garantir a existência de água em forma líquida, o que por sua vez aumenta as chances do aparecimento de vida.
O planeta foi descoberto a partir das instalações do European Southern Observatory, no deserto de Atacama, no Chile.
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Batizado de Gliese 581c, o planeta órbita a estrela Gliese 581, localizada a 20,5 anos-luz da Terra, na constelação de Libra.
Água líquida
"Nós estimamos que a temperatura média nessa ‘super-Terra’ seja entre zero e 40 graus Celsius, e com isso a água seria líquida", disse Stephane Udry, do Observatório de Genebra, autor do artigo publicado na revista especializada Astronomy and Astrophysics.
"Mais do que isso, seu raio deve ser apenas 1,5 vezes maior do que o da Terra e modelos sugerem que o planeta deve ser rochoso – como a nossa Terra – ou coberto de oceanos", disse.
A descoberta do planeta foi feita com auxílio de um instrumento que mede as minúsculas mudanças que acontecem na velocidade de uma estrela quando ela sofre a força gravitacional de um planeta próximo.
Os astrônomos precisam usar esse tipo de método porque as tecnologias dos telescópios atuais não são suficientes para observar objetos muito distantes e apagados, principamente quando eles orbitam perto do brilho de uma estrela.
A descoberta foi recebida com entusiasmo pela comunidade científica.
"De todos os planetas que encontramos ao redor de outras estrelas, esse é o que parece ter os ingredientes certos para a existência de vida", disse Alison Boyle, curadora de Astronomia do Museu da Ciência de Londres.
"O planeta fica a 20 anos-luz, então não iremos lá em breve", disse Boyle. "Mas com novos tipos de tecnologia de propulsão isso poderá acontecer no futuro. E, obviamente, estaremos focando alguns telescópios poderosos nele para ver o que conseguimos observar", disse.
Segundo Xavier Delgosse, da Universidade de Grenoble, o planeta poderá ser o destino de missões futuras em busca de vida alienígena. "Água líquida é crítica para a vida como conhecemos", disse.
As missões tentariam identificar sinais associados a processos biológicos, como traços do gás atmosférico metano ou evidências de existência de clorofila, o pigmento presente nas plantas terrestres.