Um tribunal de Bangladesh sentenciou 152 pessoas à pena de morte nesta terça-feira (5) por um levante ocorrido em 2009. Descontentes com uma série de questões, agentes de segurança de fronteira mataram dezenas de comandantes militares durante uma brutal revolta de dois dias.
A declaração da sentença ocorreu após um julgamento em massa de 846 réus, um processo criticado por grupos de defesa de direitos humanos. Segundo estas organizações, com tantas pessoas sendo analisadas, a decisão perdeu credibilidade. Além disso, elas alegam que 47 suspeitos morreram sob custódia das autoridades.
Os agentes de segurança de fronteira disseram que se revoltaram por causa de exigências salariais e contra seus comandantes e missões de manutenção de paz da ONU. Além disso, eles exigiam melhores instalações para trabalhar. Quando o motim acabou, 74 pessoas morreram, incluindo 57 comandantes militares. Cadáveres foram encontrados enfiados dentro bueiros e enterrados em grandes buracos.
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O caso expôs profundas tensões entre o governo e os militares. O Exército mostrou grande descontentamento na época com a primeira-ministra Sheikh Hasina por negociar com os rebeldes, em vez de permitir que os militares atacassem.
Além das sentenças de morte, 161 pessoas foram condenadas à prisão perpétua e 256 pessoas receberam penas de prisão entre três e 10 anos, e 277 foram absolvido. A defesa prometeu recorrer.
O Human Rights Watch criticou os procedimentos legais e pediu um novo julgamento. O grupo disse que pelo menos 47 suspeitos morreram sob custódia, enquanto outros tiveram acesso limitado a advogados. "Julgar centenas de pessoas em massa em um tribunal gigante, onde os acusados têm pouco ou nenhum acesso a advogados é uma afronta às normas legais internacionais", disse Brad Adams, diretor do Human Rights Watch na Ásia, em um comunicado em 29 de outubro.