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Morte de gays

Brasil lidera estatística de assassinatos contra gays

Redação - Folha de Londrina
12 ago 2003 às 20:13

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O Brasil continua sendo o país onde mais se mata homossexual no mundo de acordo com levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB) a mais antiga entidade brasileira do gênero, divulgado nesta terça-feira na capital baiana.

Conforme a entidade, no ano passado 126 gays, travestis e lésbicas foram assassinados no Brasil.

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Nos últimos anos, segundo o GGB, o País tem mantido uma média de 100 assassinatos de gays por ano, bem acima de segundo colocado, o México, com 35 mortes e o terceiro, os Estados Unidos, 25.

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Pela primeira vez desde que a pesquisa foi iniciada, há 20 anos, a Bahia foi o Estado onde ocorreu o maior número de crimes, com 20 assassinatos (para uma população de 11 milhões) seguido por São Paulo com 19 vítimas (para 22 milhões de pessoas). As regiões Norte e Nordeste concentraram o maior número de crimes, chegando a 52%, enquanto a Sudeste o menor, 23%.

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A pesquisa ainda confirma o perfil das vítimas, observado nos anos anteriores: são pessoas jovens, entre 18 e 39 anos na maioria dos casos (69%) e predominantemente afro-descendentes (70% dos casos). O estudo detalhado dos crimes, de autoria do antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB, está sendo publicado com o título ''Matei porque odeio gay'', ironicamente a justificativa mais comum apresentada pelos autores dos crimes.


Na oportunidade da divulgação da pesquisa os homossexuais protestaram contra o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Mott aproveitou para condenar a declaração ''homofóbica'' do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos que, ao criticar o fato de um paulistano ter atirado uma galinha na prefeita Marta Suplicy (PT) disse ser o mesmo que ''jogar um veado'' caso o alvo fosse um homem.


''Ele (Bastos) perdeu uma boa oportunidade de ficar calado, de não falar besteira'', comentou, informando que o movimento homossexual brasileiro vai enviar um protesto formal ao Conselho Nacional de Combate à Discriminação exigindo uma retratação do ministro.

''Queremos ver se o chamado governo da mudança vai além do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso que defendia publicamente a união entre duas pessoas do mesmo sexo'', concluiu.


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