Pesquisadores decodificaram a estrutura de um anticorpo presente em pessoas que têm o organismo resistente ao vírus HIV, o que poderá fazer avançar o estudo para a descoberta de uma vacina contra a Aids, segundo trabalhos publicados nesta quinta-feira nos Estados Unidos.
Este anticorpo (chamado 2G12) foi isolado há dez anos em pacientes soropositivos, mas com organismo que combate o vírus com sucesso.
Sua análise revela pela primeira vez uma mistura inesperada de duas cadeias constituindo uma parte do anticorpo que combate o vírus. Os pesquisadores também estabeleceram que o anticorpo neutraliza o vírus prendendo-se aos açúcares presentes na superfície do HIV.
Leia mais:
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Jornalista paranaense é assassinado a tiros no México, diz imprensa local
''Jamais foi visto algo semelhante'', anunciou em comunicado o professor Ian Wilson, pesquisador do Scripps Research Institute (TSRI), um dos coordenadores do estudo.
De ordinário, lembram os cientistas, o sistema imunológico não ataca os açúcares que são criados e fixados ao vírus pelas células do organismo, considerados então ''amigos''.
A descoberta, detalhada na revista Science, poderá fornecer uma base para um antígeno (substância capaz de desencadear uma resposta imunológica) que levaria à produção deste anticorpo, um passo importante para a descoberta de uma vacina contra a Aids.
''Isto poderá nos permitir criar anticorpos que reconhecem uma nova série de moléculas'', estimou o professor Dennis Burton, que também coodenou o estudo.
Cerca de 42 milhões de pessoas no mundo estão atualmente infectadas pelo HIV que já fez 25 milhões de mortos em 20 anos.