A polícia espanhola está investigando quatro clínicas em Barcelona acusadas de fazer abortos ilegais em mulheres com até oito meses de gestação.
Em duas clínicas a polícia encontrou aparelhos trituradores conectados a tubulações de esgoto das ruas e restos de DNA humano nos canos.
A denúncia foi feita em julho por uma ex-funcionária de uma das clínicas. A mulher, que está sob proteção policial, contou que cada hospital da rede fazia em média 53 abortos por dia.
Depois da denúncia, a polícia conseguiu localizar e prender o médico peruano e proprietário das clínicas, Carlos Morin Gamarra, que está detido com outras cinco pessoas.
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A testemunha disse também que as operações eram feitas muitas vezes por profissionais não qualificados, como enfermeiras que faziam cirurgias, cirurgiões que aplicavam anestesias - sem a presença de um anestesista - e médicos estrangeiros que atuavam sem diploma reconhecido na Espanha.
Entre os presos está a esposa do dono da rede, Maria Luisa Durán, que, segundo a testemunha, trabalhava como enfermeira e gerente.
Lei - O advogado de defesa do médico, Francesc Campà, disse não ter informações sobre as máquinas trituradoras de feto. Ele afirma que a maior parte do material médico já estava nas instalações quando seu cliente assumiu o comando das clínicas.
Na Espanha o aborto é permitido sob autorização judicial em qualquer fase da gestação desde que seja comprovado o risco de vida para a gestante.
"O aborto não está passível de punição se tenta evitar um grave perigo para a vida ou saúde física ou psíquica da mulher", define a lei.
A legislação espanhola ainda prevê que os restos fetais sejam levados a laboratórios oficiais que recolhem o material orgânico com documentação completa.