Cuidar do coração das crianças é tarefa que começa antes mesmo de elas nascerem. Muitas vezes, hábitos ou doenças da gestante interferem no bom funcionamento do órgão, o que acentua a importância da realização do pré-natal e do acompanhamento contínuo com o pediatra e o cardiologista.
As patologias do coração, as cardiopatias, têm incidência infantil significativa. No entanto, embora sejam complexas, dispõem de terapêuticas avançadas e elevadas chances de cura ou mesmo de tratamentos paliativos que permitem a convivência pacífica com a doença.
"Existem dois tipos de cardiopatias: as congênitas e as adquiridas. O primeiro grupo representa as enfermidades que surgem durante o desenvolvimento fetal. Já as adquiridas, como o próprio nome indica, estão relacionadas a fatores externos, podendo estar associadas a rotinas sedentárias e hábitos alimentares. Alguns exemplos são febre reumática, dislipidemias e aterosclerose", explica a cardiologista Ieda Biscegli Jatene, chefe do Serviço de Cardiopatia Congênita do Hospital do Coração de São Paulo.
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Tratamento
Nos casos de cardiopatias congênitas, o problema pode ser descoberto ainda no período da gestação por meio da ecocardiografia fetal. O médico precisa estar atento a todos os sinais e atuar de acordo com a gravidade do problema, conforme informa a médica.
Ainda segundo ela, no grupo das congênitas, há outra divisão relacionada à complexidade: "As acianogênicas são mais simples e causam cansaço excessivo, retardam o ganho de peso e podem ocasionar insuficiência cardíaca e respiratória ao bebê que não receber o tratamento adequado. O tratamento, por sua vez, consiste em cirurgia ou cateterismo terapêutico e podem não deixar seqüelas nem conseqüências à criança".
As cianogênicas dispõem apenas de tratamento cirúrgico e, em alguns casos, é necessário tratamento paliativo, ou seja, a doença não é curada, mas apenas controlada. "Este tipo de problema pode acarretar limitações físicas e apresenta coloração roxa na pele da criança".
Quanto às cardiopatias adquiridas, como insuficiência coronariana, aterosclerose, entre outras, estão frequentemente associadas à carência de atividade física, à alimentação irregular carregada de gorduras e aos vícios, como álcool e tabaco. "Nestes casos, a alteração no metabolismo pode evoluir ocasionando um infarto. Outro grande fator de risco é a relação da doença com diabetes e obesidade", adverte Ieda Jatene.
Proteja seu filho
Apesar de alguns fatores de risco serem conhecidos, não existem causas específicas para a ocorrência de cardiopatias. Porém, algumas atitudes preventivas devem ser incorporadas ao cotidiano de todos - crianças e adultos.
"A prática de exercícios físicos é fundamental. Os pais precisam ser mais rigorosos quanto aos videogames. É importante estimular a realização de atividades esportivas, pois faz bem a todo o funcionamento do corpo, o que inclui a parte física e órgãos como o coração".
A alimentação deve ser balanceada e regulada desde a infância. Aliás, esta é a fase ideal para que as crianças aprendam a comer de tudo. "As novas gerações são viciadas em lanches e refrigerantes. A princípio, pode até ser uma preocupação dos pais que os filhos sejam fortes. Porém, é imprescindível salientar que é preciso se conter na hora de alimentar as crianças, para evitar novos casos de obesidade".
Nem crianças nem adultos são beneficiados pelo excesso de peso. Ao contrário. Em diversos aspectos, a saúde é prejudicada pela obesidade, especialmente quando nos referimos ao coração. Fique atento às dicas, tome todas as precauções e visite constantemente um cardiologista. (Com informações da Acontece Comunicação e Notícias)