O administrador dos Estados Unidos para o Iraque, Paul Bremer, confirmou há pouco em entrevista coletiva que o homem preso Tikrit, na noite de sábado, é o ex-presidente Saddam Hussein. Os Estados Unidos aguardavam um exame de DNA para confirmar a informação.
O ex-ditador Saddam Hussein nasceu em 1937 na região de Tikrit, a mesma onde foi capturado na noite de ontem pelas tropas de coalizão. Dentro da sociedade religiosa, a família Hussein é de tradição sunita, portanto, faz parte da elite iraquiana.
Enquanto cursava a faculdade de Direito, ele se filiou ao partido Baath, que chegou ao poder por um golpe de Estado em 1963. Nessa época, Saddam casou-se com uma prima de primeiro grau, Sajida, com quem teve cinco filhos, três mulheres e dois homens. Em 1979, ele chegou ao trono de Bagdá.
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Ao expulsar do Iraque o aiatolá iraniano Ruholla Khomeini, depois de um exílio de 13 anos, Saddam atraiu o ódio dos muçulmanos xiitas. Khomeini convocou o povo a lutar contra o Baath e, em resposta, o Iraque expulsou mais 40 mil xiitas do seu território e executou o aiatolá Mohammed al-Bakr Sadr, aliado de Khomeini. Era o início de uma guerra que durou oito anos entre os vizinhos Irã e Iraque e deixou centenas de milhares mortos.
Dois anos após o cessar fogo entre Irã e Iraque, Saddam ordenou a invasão do Kuaite, o vizinho do sul. Em janeiro de 1991, os Estados Unidos decidiram defender o Kuaite e deram início à operação "Tempestade no Deserto", que derrotou o já enfraquecido exército iraquiano e impôs um duro embargo econômico ao país.
Diante da negativa de Hussein em cumprir uma das condições da rendição iraquiana na Guerra do Golfo, a de abrir o território para busca de possíveis armazéns de armas, os Estados Unidos ocuparam o país em 19 de março de 2003. Em julho, soldados norte-americanos mataram os dois filhos do líder refugiado.