Respaldado por um apoio popular histórico, Evo Morales assume neste domingo, em La Paz, a Presidência da Bolívia com uma grande festa popular e sob os olhos atentos da comunidade internacional, representada por 11 chefes de Estado e cerca de 1.200 jornalistas estrangeiros.
Mais de 200 mil pessoas são esperadas nas ruas de La Paz para a posse. A expectativa é que ao menos metade dos simpatizantes venha do interior do país. Serão colocadas nas ruas da capital 1.200 bandeiras - metade da Bolívia e metade a Whipala, a bandeira aimara, etnia indígela à qual Morales pertence.
Todos esses números têm sido considerado recordes pelo governo e pela imprensa bolivianos. Segundo a Chancelaria, por exemplo, antes de Morales, as posses presidenciais só haviam atraído, no máximo, cinco chefes de Estado.
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Morales conquistou a Presidência ainda no primeiro turno, em 18 de dezembro passado, quando conseguiu 53,7% dos votos válidos. Foi o primeiro candidato a ganhar sem a necessidade de um segundo turno desde a redemocratização, no início dos anos 1980. O mandato presidencial na Bolívia é de cinco anos, sem reeleição - como têm defendido, aliás, vários setores políticos brasileiros.
A cerimônia de juramento e posse está marcada para ter início às 13h30 locais. No final da tarde, às 16h50, Morales deve deixar a área do Palácio de Governo e percorrer a pé as poucas quadras até a praça San Francisco, o local histórico de concentrações populares.
Apoio da maioria
O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, inicia seu mandato neste domingo com maioria no Congresso. Seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), tem um total de 84 congressistas entre a Câmara e o Senado.
Na Câmara, do total de 130 deputados, 72 são do MAS. O Poder Democrático Social (Podemos), um dos opositores ao partido de Morales, tem 43 deputados. Mesmo que se una aos outros dois partidos que fazem oposição ao MAS , o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) e o Unidade Nacional (UN), o Podemos não conseguirá alcançar a bancada governista.
O MNR ocupa sete vagas na Câmara e o UN, oito. No Senado, o MAS tem 12 parlamentares, um a menos que o Podemos.O MNR e o UN têm apenas um senador cada.
Pelas leis bolivianas, quando um projeto é aprovado na Câmara e derrotado no Senado, ou vice-versa, vai para uma votação geral. Na soma de todos os congressistas, a vitória será do partido de Morales.
"A expectativa de governabilidade do país não está mais na conta dos deputados e senadores. As maiores dificuldades não vão ocorrer dentro do parlamento", avalia o senador Antonio Peredo (MAS). "Fundamentalmente, virão dos setores que vão ter em jogo interesses econômicos neste processo de mudança", acrescenta.
Com informações da Agência Brasil