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"Sem precedentes"

Ex-presidente de Israel é condenado por estupro

BBC Brasil
30 dez 2010 às 10:37

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Katsav enfrentava duas acusações de estupro feitas por uma ex-funcionária, da época em que ele ocupava o cargo de ministro do Turismo, na década de 90. Ele também foi condenado por outros crimes sexuais, relacionados a acusações feitas por outras duas mulheres, em 2003 e 2005, durante o período em que ocupava a Presidência do país.

O político, que renunciou à Presidência em 2007, nega todas as acusações. A sentença deverá ser anunciada em janeiro.

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Ele poderá ser condenado a uma pena de quatro a sete anos de prisão, mas deverá entrar com recurso na Suprema Corte de Israel.

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Os juízes do caso consideraram que os argumentos apresentados por Katsav estavam "permeados por mentiras".

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"Acreditamos na autora da ação (mulher que não foi identificada), pois o testemunho dela tem o apoio de elementos de prova, e ela falou a verdade", disse o juiz George Karra ao ler o veredito.


'Sem precedentes'

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A condenação teve grande repercussão no país. O presidente Shimon Peres disse que "não existem dois tipos de cidadão em Israel". "Existe apenas um tipo de cidadão, igual perante a Lei".


O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que foi um "dia triste para o Estado de Israel e seus cidadãos", mas acrescentou que o julgamento de Katsav foi um sinal da força do sistema judiciário do país.

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Muitas vozes no país destacaram o fato de que até um ex-presidente não está acima da lei e que o julgamento seria um sinal da boa saúde da democracia israelense.


De acordo com o repórter da BBC em Jerusalém Rupert Wingfield Hayes, a imprensa israelense descreveu o veredito como "sem precedentes no mundo democrático".

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Grupos de defesa dos direitos das mulheres elogiaram o veredito, afirmando que as acusações de assédio sexual são ignoradas com frequência no país.


Acusações

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Katsav foi acusado de ter estuprado duas vezes uma funcionária quando ocupava a pasta de Turismo, entre 1996 e 1999, e também de tê-la forçado a cometer um ato indecente.


A ex-funcionária do político, descrita apenas como Mulher A, alegou que Katsav a estuprou pela primeira vez no gabinete do Ministério do Turismo e depois em um hotel em Jerusalém.

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As outras acusações, de crimes cometidos em 2003 e 2005, quando era presidente, eram de assédio sexual.


As acusações vieram à tona em 2006 e levaram Katsav a renunciar ao cargo no ano seguinte, sendo substituído pelo atual presidente, Shimon Peres.

O repórter da BBC em Jerusalém Rupert Wingfield Hayes destacou que o julgamento de Katsav não é um caso isolado de irregularidade no coração da política israelense, e lembrou que o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert enfrenta acusações de corrupção.


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