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Juiz alerta

Falta de estrutura pode levar Justiça ao colapso

Bonde, com informações do STJ
20 out 2003 às 15:57

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A velocidade no aumento do número de processos distribuídos nos Juizados Especiais Federais e a ampliação de competência na 3ª, 4 e 5ª Regiões em julho de 2004 (no momento, a atuação é apenas em ações previdenciárias) pode representar o colapso do modelo, caso não haja uma reestruturação urgente do sistema implementado em janeiro de 2002 com a promulgação da Lei 10.259.

A afirmação é do juiz Flávio Dino de Castro e Costa, da Seção Judiciária do Distrito Federal, que delineou um perfil estatístico dos juizados durante o Congresso Nacional dos Juizados Especiais Federais que está sendo realizado na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF), em Brasília.

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De acordo com ele, em um prazo máximo de três anos, os juizados devem superar o número de processos em tramitação nas varas comuns da Justiça Federal. "No Maranhão, considerando-se os números atuais, em fevereiro do ano que vem, o número de processos nos juizados especiais já devem se equipar aos das varas comuns", ressalta.

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Atualmente, o número de processos distribuídos nos juizados especiais já é, em média, 120% maior que o registrado nas varas comuns. Em alguns estados como Amazonas, Pará, Roraima e Amapá os juizados já equipararam o número de processos cíveis da varas comuns e segundo Costa, a tendência é que o mesmo ocorra em todo o país. "Isso só não aconteceu ainda devido à competência restrita dos juizados da 3ª, 4ª e 5ª regiões, o que demonstra que os números serão ainda mais contundentes a partir de julho de 2004 quando essas competências serão ampliadas", argumenta.


Costa defende, portanto, a necessidade de reestruturação dos juizados especiais federais para atender às novas demandas. Em sua avaliação, o projeto que cria 183 novas varas em tramitação na Câmara dos Deputados não será suficiente. "O ideal seria que todas essas 183 varas fossem destinadas aos juizados especiais e ainda assim, será necessário especializar outras varas comuns, aumentar o número de juízes e servidores, além de estudar alternativas que possam contribuir para garantir o atendimento dessa nova demanda".

O juiz lembra, no entanto, que a criação das 183 varas ainda depende de aprovação pelo Congresso e que mesmo a aprovação pode não garantir a autonomia da Justiça Federal na determinação dos locais onde as mesmas serão implementadas. "Se o dispositivo legal autorizando os tribunais regionais federais a deslocar as sedes não for aprovado, teremos 50% das varas criadas em cidades distantes das capitais. Nesse caso, nossa avaliação, é de que essas varas sejam transformadas em juizados itinerantes. Essa é a melhor forma de otimizar a estrutura disponível e atingir integralmente todo o território nacional", completa.


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