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Mais trabalho

Falta mão-de-obra para o setor sucroalcooleiro do País

Heloísa Prado - Bonde
06 set 2006 às 19:04

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Uma série de fatores levou o setor sucroalcooleiro a deixar para trás a crise de 1998 (Proálcool) e investir pesado em sua expansão. "Com o mercado estabilizado, o álcool inserido como combustível viável, as altas no preço do petróleo e os investimentos no setor, chegamos a um patamar onde a única saída é crescer", afirma Sérgio Luiz Leite, secretário-geral da Federação dos Químicos.

O resultado dessa expansão se reflete, segundo Leite, diretamente na melhoria das negociações coletivas e na geração de emprego. No que depender do ânimo do setor, a tendência de crescimentos deverá ser mantida. "Os preços competitivos com a gasolina somados a possibilidade de vender no mercado interno e exportar para o mundo inteiro, mantém uma expectativa positiva", explica o secretário.

Dos 90 projetos de construção e ampliação de destilarias de álcool e usinas de açúcar, 30 estão no Estado de São Paulo. O secretário calcula que para atender a demanda gerada por cada uma dessas unidades, seja necessário, entre os trabalhadores rurais e da indústria, a criação de 700 a 800 empregos. "Agora estamos passando por um processo inverso: carência de mão-de-obra", diz Leite.

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A falta de profissionais especializados, como por exemplo, operadores de caldeira e de moenda, aliada ao aumento da procura por esse tipo de trabalhdor, motivou a Câmara Setorial do Açúcar e Álcool a estabelecer um convênio com o Ministério do Trabalho, para qualificação desses trabalhadores. "A assinatura do convênio deverá sair até o final do mês", diz Leite. Esse esforço para garantir a melhoria da qualidade da mão-de-obra será feito, principalmente, para suprir as deficiências nos Estados de Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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Segundo dados da União da Agroindústria Sucroalcooleira de São Paulo, entidade que reuni os usineiros do estado, atualmente, a atividade canavieira do Brasil é responsável por cerca de um milhão de empregos diretos, dos quais cerca de 500 mil na produção de cana-de-açúcar. O restante está distribuído na agroindústria de açúcar e álcool. O Estado de São Paulo, maior produtor de cana do País, responsável por 60% da oferta nacional, reúne 400 mil empregos diretos no setor.

Em 2005, a região oeste de São Paulo, que compreende 296 municípios, e uma das que mais crescem no setor sucroalcooleiro, gerou 120 mil postos de trabalho nas áreas agrícolas, industrial, administrativa e financeira, segundo dados da Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista). No Estado de São Paulo, 95% dos trabalhadores do setor possuem carteira assinada, representando 40% do emprego rural. Se considerado os empregos indiretos, os postos de trabalho no estado saltam para 1,2 milhão. (Com informações do DCI - Comércio, Indústria & Serviços/Portal do Agronegócio)


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