O gás utilizado pelas forças especiais que invadiram o teatro Dubrovka de Moscou, tomado por terroristas chechenos, matou 115 dos 118 reféns que perderam a vida na ação policial, disse neste domingo Andrei Seltsovski, chefe médico da capital russa. O responsável pelo Departamento de Saúde de Moscou reconheceu em entrevista coletiva que só três reféns morreram devido aos tiros dos terroristas. O resto, 115, morreu devido aos efeitos do gás especial utilizado durante o resgate.
No entanto, Yevgueni Evdokimov, chefe de anestesiologistas da capital russa, disse que nenhuma das mortes foi provocada diretamente pelo gás. Segundo Evdokimov, as causas ''da morte foram paradas cardíacas e falhas no sistema circulatório, entre outras''.
Evdokimov afirmou que, na invasão das forças especiais, foi usada uma ''substância narcótica utilizada também na anestesia geral''. Mas reconheceu que esse gás empregado, ao ser utilizado em grandes doses, pode causar ''mudanças nas funções vitais do organismo'' humano.
Leia mais:
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Jornalista paranaense é assassinado a tiros no México, diz imprensa local
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
Dentre os efeitos mencionados pelo anestesiologista constam desmaios e insuficiências dos aparelhos respiratório e circulatório.
Evdokimov explicou que, para a recuperação dos afetados por este gás, ''é necessário tempo''.
Seltsovski admitiu que o gás afetou os reféns quando estes estavam em condições ''pouco normais'', depois de passar quase 60 horas sem se mexer, com poucos alimentos, e entre os sequestrados ''havia muita gente doente, com insuficiências cardíacas''.
O vice-ministro do Interior russo, Vladimir Vasiliev, disse sábado que na invasão policial foram usados ''meios especiais'' em cuja utilização não havia muita experiência dentro de locais fechados. Médicos que atenderam aos reféns hospitalizados informaram que os mortos haviam sido ''envenenados por gás''. Os médicos disseram que a natureza desse gás era desconhecida e em nenhum momento o identificaram como ''anestésico''.
Quatro dos 75 reféns estrangeiros morreram: uma cidadã austríaca, uma holandesa, uma bielo-russa e uma cazaque.
Dos 646 reféns feridos internados em diferentes hospitais da capital russa, 150 estão em unidades de tratamento intensivo.