Os familiares dos 21 técnicos e engenheiros mortos na explosão que destruiu na última sexta-feira a plataforma de lançamento e o protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), na Base de Alcântara, no Maranhão, serão amparados.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no velório das vítimas, no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos.
"O ministro da Defesa enviará ao Congresso Nacional projeto de lei propondo indenização de reparação para as famílias das vítimas", informou o presidente.
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Ele também assumiu o compromisso de garantir a formação universitária dos filhos dos profissionais mortos e informou que em alguns dias o ministro da Defesa, José Viegas Filho, se reúne com parentes das vítimas para definir como o governo irá ajudá-los.
Lula se comoveu e chorou em diversos momentos da cerimônia, em especial quando abraçava e beijava mulheres, filhos e pais dos mortos. A cerimônia foi acompanhada por populares que lotaram o ginásio de esportes do Centro Técnico Aeroespecial (CTA), responsável pelo Programa Espacial Brasileiro.
O presidente afirmou que o programa continuará. "Infelizmente, são freqüentes na história da humanidade episódios como o que se verificou em Alcântara. Infelizmente, ao longo dos tempos, as conquistas mais importantes de cada povo cobram pesado preço em perdas materiais e, muito mais graves, em perdas humanas. Temos que perseverar para que as mortes dos nossos trabalhadores não tenham sido em vão", disse.
Após a passagem de Lula pelo velório, que durou cerca de uma hora, jornalistas e populares tiveram que se retirar para que a cerimônia ficasse restrita aos parentes.
Os corpos de todos os mortos já foram identificados, mas apenas 19 foram velados. Os de Luis Primon de Araújo e de Massanobu Shimabokuro permanecem em São Luis, para exames complementares, e devem ser trasladados nos próximos dias.
O acidente em Alcântara ocorreu dois dias antes do lançamento do VLS-1, que deveria colocar em órbita dois satélites construídos com tecnologia inteiramente nacional.
Segundo o diretor do CTA, brigadeiro Tiago Ribeiro, a suspeita mais forte até agora para a causa do acidente é a de que houve o acionamento prematuro de um dos quatro motores do foguete. A comissão de investigação deve apresentar em até 40 dias as conclusões sobre as verdadeiras causas do acidente.