O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística lançou nesta sexta-feira (01) um mapeamento dos animais da fauna brasileira ameaçados de extinção. Com base em uma lista do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 2003, o IBGE revela o local que configura o habitat natural desses animais que correm risco de desaparecerem do cenário nacional. De acordo com o IBGE, o caso mais grave é o da perereca Phrynomedusa fimbriata, comum em Paranapiacaba, na região de Santo André (ABC), já considerado extinto.
A lista do Ibama, que serviu de base para o estudo, apontava um total de 105 espécies e subespécies de animais sob ameaça de extinção, entre mamíferos, répteis e anfíbios. Alguns exemplos são a baleia-azul, o mico-leão-de-cara-preta, o mico-leão-preto, tartaruga-de-couro, macaco-prego-de-peito-amarelo e peixe-boi-marinho.
De acordo com o estudo, a região Sudeste é onde há o maior número de espécies em risco de extinção. Das 105 totais, 39 ocorrem no Rio de Janeiro, 38 em São Paulo e 37 em Minas Gerais.
Leia mais:

Governo dos EUA só reconhece dois sexos “imutáveis”, diz embaixada

Consumo abusivo de álcool entre jovens prevalece no Brasil enquanto mundo vê redução

Lula sanciona Lei da Reciprocidade Comercial

Londrinense acusado de duplo homicídio vai a júri popular no Japão
Segundo Lícia Leone Couto, bióloga do IBGE, a extinção dos animais está ligada ao desenvolvimento econômico. "Essa região de mata atlântica é muito atingida por devastações das florestas por construções imobiliárias e abertura de estradas. Geralmente, a região que tem maior progresso, onde o homem penetrou mais, também tem maior destruição no habitat natural das espécies", explicou.
No outro extremo, aparece a Região Norte. O estado do Acre, por exemplo, conta com sete animais na lista do Ibama; Roraima com oito e Rondônia e Amapá, cada um com dez. A bióloga do IBGE explica que na região as florestas ainda prevalecem com menor grau de devastação para construções imobiliárias.
Ainda segundo a bióloga do IBGE, que considera alto o número de animais em risco de extinção no país, os principais fatores para o desaparecimento, além da destruição do hábitat, são a poluição do ar e das águas, a caça predatória e o comércio ilegal de animais, tanto para fins ornamentais, como para abastecer zoológicos internacionais.
Segundo Lícia Couto, "com base nos dados, que ficam mais evidentes quando organizados espacialmente em um mapa, é possível observar a real situação da conservação das espécies da fauna brasileira e, com isso, nortear ações públicas de preservação, como a criação de novas unidades de conservação".
No ano passado, o IBGE divulgou o mapa de aves ameaçadas. Neste ano, deverá publicar, ainda, um mapa contendo 130 espécies e subespécies de insetos e demais invertebrados terrestres. Em 2008, será a vez dos peixes e invertebrados aquáticos.