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Qjuestão indígena

Índios Guarani-Kaiowás serão abrigados em área militar

Redação Bonde
18 dez 2005 às 17:21

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O prefeito de Antônio João (MS), Junei Marques, vai propor à Fundação Nacional do Índio (Funai) que abrigue temporariamente os índios Guarani-Kaiowá em uma área do Exército. O prefeito apresentará a proposta na próxima terça-feira ao presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, em Brasília.

Mais de 500 índios desocuparam na última quinta-feira (15) duas fazendas no município de Antônio João em cumprimento à decisão da Justiça Federal de reintegração de posse. As casas da comunidade foram queimadas durante a retirada e os índios estão acampados em uma estrada que liga os municípios de Antônio João e Bela Vista.

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Por telefone, o prefeito disse que a área pertencente ao Exército tem 800 hectares e é usada para treinamento militar. "O Exército usa pouco e pode ser uma alternativa temporária", afirmou à Agência Brasil. O assessor da presidência da Funai Odenir Oliveira, que está no local, informou que os Guarani-Kaiowá estão em situação precária na rodovia, já que estão em barracas provisórias e chove muito na região.

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Odenir Oliveira disse que teve dificuldade para comprar capas plásticas para proteger as barracas dos índios da chuva no município. "Não conseguimos comprar na única loja que tem o material em Antônio João, porque eles têm medo de represália", afirmou Odenir à Agência Brasil. Ele afirmou que uma índia, grávida de seis meses, perdeu o bebê durante a desocupação. Segundo Odenir, a índia se assustou com a aproximação do helicóptero da Polícia Federal e caiu. "Isso é um fato gravíssimo e mostra a violência usada na ação", disse.


O assessor da Funai informou ainda que um grupo de índios irá depor em Dourados, na próxima semana, sobre os danos sofridos com a retirada. Um casal de índios Guarani-Kaiowá chegará a Brasília neste final de semana para tentar conversar com autoridades do governo federal, disse Odenir.

Agência Brasil


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