Na Itália, o projeto de lei contra a carne sintética chegou ao plenário da Câmara dos Deputados entre dúvidas e polêmicas.
A medida foi assinada pelos ministros Francesco Lollobrigida (Agricultura) e Orazio Schillaci (Saúde).
Para a direita, trata-se da defesa do "Made in Italy" e da qualidade, proibindo a produção, consumo e comercialização de "alimentos e rações gerados a partir de culturas celulares".
Leia mais:
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Conforme fontes parlamentares, há dúvidas na presidência, alertando a respeito de riscos de uma infração à procedimento por parte da União Europeia. O cerne da questão é se a medida corre o risco de entrar em conflito com o direito internacional e as regras europeias com uma proibição "preventiva".
"Estamos prestes a aprovar uma das leis mais democráticas que tivemos em nosso país. A lei será notificada à Europa imediatamente após a sua aprovação, como ocorreu em muitas outras ocasiões, e realmente esperamos que o exemplo italiano seja seguido no nível europeu", diz Lollobrigida.
Segundo o secretário do partido europeísta +Europa, Riccardo Magi, para proteger e valorizar as excelências agroalimentares do nosso país, "não é necessário inventar proibições contra perigos imaginários e violar a Constituição e as obrigações internacionais da Itália".
"A proibição da carne cultivada é um fetiche ideológico para o governo Meloni: conceberam uma proibição preventiva e obscurantista de um produto para o qual ainda nem chegou o pedido de autorização para a introdução no mercado comum europeu", pontuou.
Esse tipo de carne, também chamada de sintética, cultivada, carne de laboratório ou carne de cultura, é produzida pela reprodução in vitro de células de animais - o produto final, portanto, não requer criação e abate de gado.