Um tribunal argentino condenou à prisão pérpetua, nesta terça-feira (09), o ex-capelão da igreja católica Christian Von Wernich, de 69 anos, acusado de "crimes contra a humanidade, especificamente genocídio", durante a ditadura militar (1976-1983).
É a primeira vez que um sacerdote é julgado e condenado na Argentina. Von Wernich foi responsabilizado por participação em sete homicídios, 31 casos de tortura e 42 seqüestros.
Os sobreviventes e familiares das vítimas contaram, no tribunal, que o ex-capelão ouvia as confissões, nos centros de tortura, e passava informações aos repressores.
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O julgamento, mostrado ao vivo pelas principais emissoras de televisão do país, durou mais de três meses.
O anúncio do veredicto foi mostrado também num telão na frente do tribunal, na cidade de La Plata, capital do estado de Buenos Aires.
A leitura da sentença provocou gritos, lágrimas, buzinaços e fogos de artifício, na porta do tribunal, e aplausos na sala do julgamento. "Não podiamos imaginar que estaríamos vivas para ver este dia. É um dia para comemorar", disse Taty Almeida, uma das integrantes da entidade "Mães da Praça de Maio", formada por mulheres que perderam filhos na ditadura.
A Conferência Episcopal Argentina divulgou comunicado, nesta terça-feira, depois da sentença, afirmando que se algum membro da instituição participou de "repressão violenta" foi por "responsabilidade própria".